terça-feira, 30 de junho de 2009

CARL MENGER


CARL MENGER
(Nova Sandec, 23 de fevereiro de 1840 — Viena, 27 de fevereiro de 1921) foi um economista austríaco, fundador da escola austríaca. Desenvolveu uma teoria subjetiva do valor, a teoria da utilidade marginal, ligando-a à satisfação dos desejos humanos, e que refutou a teoria do valor-trabalho, desenvolvida pelos economistas clássicos Adam Smith e David Ricardo.
Vida
Menger nasceu a 28 de fevereiro de 1840 em Nova Sandec, na Galícia, território atualmente pertencente a Polônia. Seu pai era advogado e provinha de uma antiga família austríaca de artesãos, músicos, funcionários públicos e militares, a qual somente uma geração antes emigrara dos territórios alemães da Boêmia para as províncias do leste. Seu avô materno, comerciante da Boêmia que durante as guerras napoleônicas adquirira patrimônio considerável, comprara uma grande propriedade agrícola na Galícia ocidental. Foi ali que Carl Menger passou grande parte de sua juventude, presenciando, antes de 1848, ainda a fase final da servidão camponesa, que nessa região da Austria se conservou durante mais tempo do que em qualquer outra parte da Europa, exceto a Rússia. Juntamente com seus irmãos - Anton, que mais tarde escreveu sobre Direito e Socialismo, foi renomado autor do livro Das Recht auf den vollen Arbeitsertrag (O Direito à Plena Remuneração do Trabalho) e seu colega na Faculdade de Direito da Universidade de Viena, e Max, seu outro irmão, na época um conhecido parlamentar que escreveu sobre problemas sociais - Carl estudou nas Universidades de Viena (1859-1860) e Praga (1860-1863). Depois de seu doutoramento em Cracóvia, atuou primeiro como jornalista, escrevendo para os jornais - em Lemberg, e mais tarde em Viena - sobre assuntos diversos, mas nunca referentes apenas à Economia. Após alguns anos, entrou para o funcionalismo público administrativo no Departamento de Imprensa do Conselho de Ministros, ocupando o cargo que sempre representou uma posição especial no serviço público da Áustria e atraiu muitos homens de talento.
Wieser conta que Menger um dia lhe relatou caber-lhe, entre outras coisas, a tarefa de escrever para um orgão oficial, a Wiener Zeitung, resenhas sobre a situação do mercado e que, ao estudar os relatório de mercado, se deu conta do marcante contraste existente entre as teorias tradicionais sobre os preços e os fatos que pessoas de experiência prática consideravam decisivos para a determinação dos preços. Não sabemos se foi essa razão original que levou Menger a dedicar-se ao estudo do problema da determinação dos preços, ou se - o que é mais provável - essa circunstância apenas imprimiu nova orientação aos estudos que já vinha fazendo desde os tempos de universidade. Entretanto, é difícil pôr em dúvida que de 1867/1868 até a data de publicação dos Princípios de Economia Política ele tenha trabalhado intensivamente na solução desses problemas e tenha protelado a publicação até o momento em que o sistema, como teoria, lhe parecera plenamente elaborado.

Princípios de Economia Política
Segundo se conta, Menger teria dito uma vez que escrevera os Princípios em um estado de excitação doentia. Dificilmente isso significa que sua obra seja o resultado de uma inspiração repentina, e que tenha sido planejada e escrita com grande pressa. Poucos são os livros que passaram por uma preparação mais cuidadosa do que esse, e raramente qualquer esboço de idéia foi planejado e seguido mais conscienciosamente em todas suas ramificações e detalhes. O pequeno volume editado na primavera de 1871 fora projetado de início como parte introdutória de uma obra mais extensa. Menger tratava as questões fundamentais, com relação a cuja solução não concordava com a opinião vigente, com a devida minuciosidade capaz de dar-lhe a certeza de estar construindo em terreno absolutamente seguro. Problemas tratados nessa "primeira parte, de natureza geral" (como se lê na página em que figura o título da obra): condições que levam à ação econômica, valor de troca, preços e dinheiro. Com base em anotações manuscritas de Menger - referidas por seu filho, após mais de 50 anos, na introdução à segunda edição - sabemos que a segunda parte da obra deveria tratar de juros, salários, renda, receita, crédito e papel-moeda", enquanto a terceira parte "aplicada" deveria tratar da teoria da produção e do comércio, e a quarta parte estaria destinada a crítica do sistema econômico vigente e à discussão de sugestões para a reforma econômica.
Seu objetivo primordial, como está expresso no Prólogo do Autor, era desenvolver uma teoria homogênea sobre o preço, capaz de explicar todos os fenômenos relativos a preços e, sobretudo, a juros, salário e renda, com base em um enfoque unitário. Todavia, mais da metade do volume se ocupa com assuntos que só preparam o caminho para essa tarefa principal que imprimiu à nova Escola sua característica peculiar, ou seja, a concepção de valor, em seu sentido subjetivo e pessoal. E a esse ponto ele só chega após revisão profunda dos conceitos fundamentais que se impõem ao trabalho de análise dos fenômenos da vida econômica.
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