terça-feira, 7 de julho de 2009

NEW DEAL

New Deal
O New Deal (cuja tradução literal em português seria
"novo acordo" ou "novo trato") foi o nome dado à
série de programas implementados nos Estados Unidos
entre 1933 e 1937, sob o governo do Presidente
Franklin Delano Roosevelt, com o objetivo de recuperar
e reformar a economia norte-americana, e assistir aos
prejudicados pela Grande Depressão. O nome dessa
série de programas foi inspirado no Square Deal, nome
dado pelo anterior Presidente Theodore Roosevelt à sua
política econômica.
Como resultado do New Deal foram criadas nos Estados
Unidos dezenas de agências federais (equivalentes às
autarquias, no direito administrativo brasileiro), as
quais receberam o apelido irônico de alphabet agencies
(agências alfabéticas), devido à profusão das siglas com
que eram designadas: CCC (Civilian Conservation
Corps), TVA (Tennessee Valley Authority), AAA
(Agricultural Adjustment Administration), PWA (Public
Works Administration), FDIC (Federal Deposit
Insurance Corporation), SEC (Securities and Exchange
Commission), CWA (Civil Works Administration), SSB
(Social Security Board), WPA (Works Progress
Administration), NLRB (National Labor Relations
Board).
O New Deal teve grande influência na política
econômica e social adotada no Brasil pelo Presidente
Getúlio Vargas, que admirava Franklin D. Roosevelt
[carece de fontes?].
Os opositores do New Deal, os quais protestavam
contra o crescimento dos gastos públicos e o
deslocamento de atribuições dos Estados para a União
norte-americana, conseguiram interromper a expansão
em 1937 e abolir alguns dos programas a partir de 1943. Todavia, programas e agências
importantes então criados subsistem até hoje, como a Social Security (Seguridade Social), a
SEC - Securities and Exchange Comission (Comissão de Valores Mobiliários), a FDIC -
New Deal 2
Federal Deposit Insurance Corporation (que garante os depósitos bancários) e a TVA -
Tennessee Valley Authority (Autoridade do Vale do Tennessee - espécie de SUDENE para o
sul dos Estados Unidos).
Existe muita discussão se o New Deal realmente ajudou os EUA a sair da Grande
Depressão. Deve ser notado que embora Roosevelt tenha criado o nome New Deal várias
das medidas já haviam sido tomadas por Herbert Hoover e, segundo o anarco-capitalista
Murray Rothbard, essas medidas foram uma das causas da Grande Depressão.
O New Deal
A política de intervenção estatal começou a ser adotada primeiro nos Estados Unidos, com
o anúncio pelo presidente Franklin Roosevelt de uma série de medidas, que ficaram
conhecidas como New Deal(novo acordo) e que passaram a ser concretizadas em 1933.
Dentre elas:
• controle sobre bancos e instituições financeiras;
• construção de obras de infra-estrutura para a geração de empregos e aumento do
mercado consumidor;
• concessão de subsídios e crédito agrícola a pequenos produtores familiares;
• criação de Previdência Social, que estipulou um salário mínimo, além de garantias a
idosos, desempregados e inválidos;
• controle da corrupção no governo;
• incentivo á criação de sindicatos para aumentar o poder de negociação dos trabalhadores
e facilitar a defesa dos novos direitos instituídos.
No setor industrial, a principal medida foi a redução da jornada do trabalho. Percebendo
que o fator básico que gerou a crise econômica havia sido a superprodução, Henry Ford
estabeleceu a jornada de oito horas. Além disso, foi responsável por uma importantíssima
inovação técnica -- a linha de montagem. Essa inovação permitiu a redução dos custos e,
sobretudo, aumento da produtividade. Isto é, o rendimento do trabalho e dos demais
agentes da produção. A aplicação das técnicas fordistas em várias indústrias de bens de
consumo gerou uma queda de preços em todo o país, fator que é tido, juntamente com New
Deal, como primordial para a recuperação da economia norte-americana [carece de fontes?].
Ver também
• Grande Depressão
• Franklin Delano Roosevelt
Ligações externas
• 1933: Roosevelt presidente [6]
Referências
[1] http:/ / www. google. com/ search?& as_eq=wikipedia& as_epq=New+ Deal
[2] http:/ / news. google. com/ archivesearch?& as_src=-newswire+ -wire+ -presswire+ -PR+ -press+ -release&
as_epq=New+ Deal
[3] http:/ / books. google. com/ books?& as_brr=0& as_epq=New+ Deal
[4] http:/ / scholar. google. com/ scholar?as_epq=New+ Deal
[5] http:/ / www. scirus. com/ srsapp/ search?q=New+ Deal& t=all& sort=0& g=s
[6] http:/ / www. dw-world. de/ dw/ article/ 0,,302973,00. html?maca=bra-abril-all-1642-rdf
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Jcmo, Leslie, Lgrave, Manuel Anastácio, Mschlindwein, PatríciaR, Pietro Roveri, Porantim, RafaelG, Reynaldo, Tilgon, Yone Fernandes, 80 edições
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ESCOLA KEYNESIANA

Escola keynesiana
A escola de pensamento econômico keynesiana tem suas origens no livro escrito por
John M. Keynes chamado "Teoria Geral do Emprego, Juros e Moeda" [1] . Rápidamente
muitos ecomonistas aderiram a esta escola, o que foi chamado de revolução keynesiana.
A escola keynesiana se fundamenta no princípio de que o ciclo econômico não é
auto-regulador como pensavam os neoclássicos, uma vez que é determinado pelo "espírito
animal" dos empresários. É por esse motivo, e pela ineficiência do sistema capitalista em
empregar todos que querem trabalhar que Keynes defende a intervenção do Estado na
economia.
Teoria Keynesiana
A teoria de Keynes é baseada no principio de que os consumidores aplicam as proporções
de seus gastos em bens e poupança, em função da renda. Quanto maior a renda, maior a
percentagem da renda poupada. Assim se a renda agregada aumenta, em função do
aumento do emprego, a taxa de poupança aumenta simultaneamente. E como a taxa de
acumulação de capital aumenta, a produtividade marginal do capital se reduz, e o
investimento é reduzido já que a lucratividade é proporcional a produtividade marginal do
capital. Então ocorre um excesso de poupança, em relação ao investimento, o que faz com
que a demanda efectiva fique abaixo da oferta e assim o emprego se reduza para um ponto
de equilíbrio onde a poupança e o investimento fiquem iguaís. Como esse equilíbrio pode
significar a ocorrência de desemprego involuntário em economias avançadas (onde a
quantidade de capital acumulado seja grande e sua produtividade seja pequena), Keynes
defendeu a tese de que o Estado deveria intervir na fase recessiva dos ciclos econômicos
com sua capacidade de imprimir moeda para aumentar a demanda efectiva através de
déficits do orçamento do Estado e assim manter o pleno emprego. É importante lembrar
que Keynes nunca defendeu o carregamento de déficits de um ciclo econômico para outro,
nem muito menos operar orçamentos deficitários na fase expansiva dos ciclos.
Deve se notar que, para o estado aumentar a demanda efectiva, ele deve gastar mais do
que arrecada, porque a arrecadação de impostos reduz a demanda efectiva, enquanto que
os gastos aumentam a demanda efectiva.
O ciclo de negócios segundo Keynes ocorre porque os empresários têm "impulsos animais"
psicológicos que os impedem de investir a poupança dos consumidores, o que gera
desemprego e reduz a demanda efectiva novamente, e por sua vez causa uma crise
econômica. A crise, para terminar, deve ter uma intervenção estatal que aumente a
demanda efectiva através do aumento dos gastos públicos.
Escola keynesiana 2
O papel do Estado na economia, segundo Keynes
A mais importante Agenda do Estado não está relacionada às atividades que os
indivíduos particularmente já realizam, mas às funções que estão fora do âmbito
individual, àquelas decisões que ninguém adota se o Estado não o faz.
Para o governo, o mais importante não é fazer coisas que os indivíduos já estão
fazendo, e fazê-las um pouco melhor ou um pouco pior, mas fazer aquelas coisas
que atualmente deixam de ser feitas. (John Maynard Keynes, The end of
laissez-faire) [2]
A escolha não deve ser se o estado deve ou não estar envolvido (na economia),
mas como ele se envolve. Assim, a questão central não deve ser o tamanho do
estado mas as atividades e métodos do governo. Países com economias
bem-sucedidas têm governos que estão envolvidos em um amplo espectro de
atividades. (Joseph Stiglitz, More instruments and broader goals...) [3]
Estas duas citações,Stiglitz, que é considerado por muitos um neo-keneysiano, servem para
desmistificar muitas das críticas feitas por políticos neoliberais aos ensinamentos de
Keynes.
Keynes nunca defendeu a estatitização da economia, nos moldes em que foi feita na União
Soviética. O que Keynes defendia, na década de 1930, e que hoje Stiglitz e os
novos-desenvolvimentistas defendem é uma participação ativa de um Estado enérgico nos
segmentos da economia que, embora necessários para o bom desenvolvimento de um país,
não interessam ou não podem ser atendidos pela inciativa privada.
Não se trata promover uma competição entre o Estado e o mercado, mas sim de obter uma
adequada complementação ao mercado, que agindo sozinho não é capaz de resolver todos
os problemas, conforme demonstraram Grenwald e Stiglitz [4] (1986), em busca de uma
maior eficiência geral da Economia.
Não constitui uma dedução correta dos princípios da Economia que o
auto-interesse esclarecido sempre atua a favor do interesse público.
A aguda intuição de Keynes, que o levou a recomendar a intervenção do estado na
economia, vêm encontrando cada vez mais respaldo nas recentes descobertas da economia
da informação, como demonstra o teorema de Greenwald-Stiglitz:
O efeito da influência de Stiglitz é tornar a Economia mais presumivelmente
intervencionista do que Samuelson propunha. Samuelson considerava as falhas de
mercado como "exceções" à regra geral dos mercados eficientes. Mas os
teoremas de Greenwald-Stiglitz postulam ser as falhas de mercado a "norma", e
estabelecem que "os governos quase sempre podem potencialmente melhorar a
eficiência da alocação de recursos em relação ao livre mercado." E o teorema de
Sappington-Stiglitz "estabelece que um governo 'ideal' poderia atingir um maior
nível de eficiência administrando diretamente uma empresa estatal do que
privatizando-a." [5] (Stiglitz 1994, 179) [6] .
Escola keynesiana 3
Desenvolvimento das teorias keynesianas
Inspirados na obra de Keynes inúmeros economistas desenvolveram, aperfeiçoaram e
modernizaram a teoria keynesiana. Dentre eles vários foram galerdeados com Prêmios de
Ciências Econômicas.
Destacam-se:
• Amartya Sen
• Franco Modigliani
• James Tobin
• Joseph E. Stiglitz
• Paul Samuelson
• Robert Solow
• Wassily Leontief
Origens do novo desenvolvimentismo
O novo-desenvolvimentismo surge da visão de Keynes, adaptada aos tempos atuais por
economistas keynesianos contemporâneos como Paul Davidson e Joseph Stiglitz, que vêem
o Estado como sendo um complemento do mercado, e da visão cepalina neo-estruturalista
que considera que a tardia industrialização latino-americana não foi capaz de resolver os
problemas de desigualdades sociais na América Latina, e propõe uma estratégia de
transformação produtiva com eqüidade social, que leve a um crescimento econômico
sustentável, com uma melhor distribuição de renda. [7]
Citações sobre Keynes
"É incrível o que Keynes pensou. Ele foi muito mais do que um economista. O que
ele escreveu é muito mais relevante para a Economia do que tudo que fizeram
depois (Antônio Delfim Netto) [8]
"Keynes por si só era um gênio multi-facetado que tornou-se proeminente no
mundo da matemática, filosofia e literatura. Além disso, ele encontrava tempo
para administrar um grande companhia de seguros, para ser Conselheiro do
Tesouro Britânico, para ajudar a dirigir o Banco da Inglaterra, para editar um
mundialmente famoso jornal de Economia e para patrocinar espetáculos teatrais e
de ballet. Ele também era um Economista que sabia ganhar dinheiro tanto para si
como para sua faculdade, o King's College de Cambridge." [9] (Paul A. Samuelson)
Keynes é ainda mais importante agora do que o foi há 50 anos. Não sei se os
economistas, em geral, se tornarão keynesianos de novo, mas passei a levar muito
a sério as questões de tipo keynesiano, se assim se pode dizer. É claro que Lord
Keynes não era uma profeta sagrado. Ele pode ter colocado as perguntas certas,
mas cabe a você, sempre, ter de encontrar as suas próprias respostas. (Paul
Krugman) [10]
Escola keynesiana 4
Ver também
• Amartya Sen
Bibliografia
Online
Em português
• ALDRIGHI, Dante Mendes. Uma avaliação das contribuições de Stiglitz à teoria dos
mercados financeiros. Rev. Econ. Polit. vol.26 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2006 ISSN
0101-3157 [11]
• CARQUEJA, Hernâni O. O Conceito de Riqueza na Análise Económica - Apontamentos. II
Seminário GRUDIS. Faculdade de Economia da Universidade do Porto, 25/10/2003 [12]
• LASTRES, Helena Maria Martins e FERRAZ, João Carlos. Economia da Informação, do
Conhecimento e do Aprendizado, Capítulo I, in: Informação e globalização na era do
conhecimento, Helena M. M. Lastres, Sarita Albagli (organizadoras). — Rio de Janeiro:
Campus, 1999. [13]
Em inglês
• CROTTY, James. The Effects of Increased Product Market Competition and Changes in
Financial Markets on the Performance of Nonfinancial Corporations in the Neoliberal
Era. Amherst: University of Massachusetts, Department of Economics, October 11, 2002
[14]
• ENGLISH,Simon. IMF admits its policies seldom work New York: Telegraph.co.uk,
11:40pm GMT 19/03/20 [15]
• KEYNES, John Maynard. The end of laissez-faire. Amherst, New York: Prometheus Books,
2004. ISBN 1591022681 [16]
• KEYNES, John Maynard. General Theory of Employment, Interest and Money, The.
London: Macmillan Press; New York: St. Martin's Press; 1936 [17]
• ROTHSCHILD, Michael. Information, The invisible Hand and Google Princeton University
[18]
• STIGLITZ, Joseph E. Prize Lecture: Information and the Change in the Paradigm in
Economics. Joseph E. Stiglitz proferiu sua aula de aceitação do Prêmio Nobel em 8 de dezembro de 2001,
na Aula Magna, Universidade de Estocolmo. Foi apresentado por Lars E.O. Svensson Chairman of the Prize
Committee. [19]
• STIGLITZ, Joseph E. The pact with the devil. Beppe Grillo's Friends interview [20]
• WANG, Shaoguang. The State, Market Economy, and Transition. Department of Political
Science, Yale University [21]
Escola keynesiana 5
Publicações
Em Português
• KEYNES, John Maynard. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (General theory of
employment, interest and money). Tradutor: CRUZ, Mário Ribeiro da. São Paulo: Editora
Atlas, 1992. ISBN 9788522414574
• SICSÚ, João; PAULA, Luiz Fernando; e RENAUT, Michel; organizadores.
Novo-desenvolvimentismo: um projeto nacional de crescimento com eqüidade social.
Barueri:Manole; Rio de Janeiro:Fundação Konrad Adenauer, 2005. ISBN 85-98416-04-5
(Manole)
• STIGLITZ, Joseph E. e GREENWAL,Bruce. Rumo a um Novo Paradigma em Economia
Monetária. Francis, 2004
Em inglês
• GREENWALD, Bruce and STIGLITZ, Joseph E. Externalities in Economies with Imperfect
Information and Incomplete Markets, Quarterly Journal of Economics, no. 90, 1986.
Este artigo é um esboço sobre economia ou sobre um economista. Você pode ajudar a Wikipédia
[http://en.wikipedia.org/wiki/:Escola keynesiana expandindo-o].
Referências
[1] KEYNES, John Maynard. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (General theory of employment, interest
and money). Tradutor: CRUZ, Mário Ribeiro da. São Paulo: Editora Atlas, 1992. ISBN 9788522414574
[2] KEYNES, John Maynard. The end of laissez-faire. Amherst, New York: Prometheus Books, 2004. ISBN
1591022681 (http:/ / www. panarchy. org/ keynes/ laissezfaire. 1926. html)
[3] (em inglês) STIGLITZ, Joseph. More Instruments and Broader Goals: Moving Toward the Post-Washington
Consensus. The 1998 WIDER Annual Lecture. Helsinki, Finlândia, 07/1/1998. (http:/ / www. globalpolicy. org/
socecon/ bwi-wto/ stig. htm)
[4] GREENWALD, Bruce and STIGLITZ, Joseph E. 1986 Externalities in Economies with Imperfect Information
and Incomplete Markets, Quarterly Journal of Economics, no. 90.
[5] SAPPINGTON, David E. M. e STIGLITZ, Joseph E. Privatization, Information and Incentives. Columbia
University; National Bureau of Economic Research (NBER) June 1988; NBER Working Paper No. W2196 (http:/
/ elsa. berkeley. edu/ ~yqian/ econ260b/ Sappington Privatization. pdf)
[6] BOETTKE, Peter J. What Went Wrong with Economics?, Critical Review Vol. 11, No. 1, P. 35. p. 58 (http:/ /
www. the-dissident. com/ Boettke_CR. pdf)
[7] SICSÚ, João; PAULA, Luiz Fernando; e RENAUT, Michel. Por que um novo desenvolvimentismo ?. Jornal dos
Economistas no. 186, janeiro de 2005, p. 3-5 (http:/ / www. ie. ufrj. br/ moeda/ pdfs/
novo-desenvolvimentismo_jornal. pdf)
[8] BELLUZZO, Luiz Gonazaga LIRIO, Sérgio. Receita de crescimento - Reflexões de Delfim Netto". Entrevista.
São Paulo: Revista CartaCapital, no. 425, 27/12/2006.
[9] SAMUELSON, Paul A. Economics: An Introductory Analysis. International Student Edition, Tóquio:
McGraw-Hill/Kogakusha Co, Ltd, 6ª edição, p.205
[10] http:/ / www. janelanaweb. com/ crise/ entrevkrug. html
[11] http:/ / www. scielo. br/ scielo. php?pid=S0101-31572006000100008& script=sci_arttext& tlng=en
[12] http:/ / www. infocontab. com. pt/ download/ revInfocontab/ 2006/ 02/ GRUDIS. pdf
[13] http:/ / www. redetec. org. br/ publique/ media/ LivroEra%20do%20conhecimentocap1. pdf
[14] http:/ / pdfdownload. tsone. info/ pdf2html. php?url=http:/ / www. peri. umass. edu/ fileadmin/ pdf/
working_papers/ working_papers_1-50/ WP44. pdf
[15] http:/ / www. telegraph. co. uk/ money/ main. jhtml?xml=/ money/ 2003/ 03/ 20/ cnimf20. xml
[16] http:/ / www. panarchy. org/ keynes/ laissezfaire. 1926. html
[17] http:/ / cepa. newschool. edu/ het/ texts/ keynes/ gtcont. htm
[18] http:/ / www2. gsb. columbia. edu/ faculty/ jstiglitz/ festschrift/ Papers/ Stig-Rothschild. pdf
[19] http:/ / nobelprize. org/ nobel_prizes/ economics/ laureates/ 2001/ stiglitz-lecture. html
[20] http:/ / www. beppegrillo. it/ eng/ 2007/ 01/ stiglitz. html
Escola keynesiana 6
[21] http:/ / www. cuhk. edu. hk/ gpa/ wang_files/ state. pdf
Fontes e editores do artigo 7
Fontes e editores do artigo
Escola keynesiana Source: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=15601052 Contributors: Adailton, Asnático, Der kenner, Erico Koerich,
Fasouzafreitas, Gunnex, Guru2001, HotWikiBR, JoaoMiranda, Manuel Anastácio, MarceloB, Maurício I, Mircezar, OS2Warp, Pietro Roveri, RafaelG,
Ruela, Yone Fernandes, 64 edições anónimas
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Imagem:50-Mark-1971.jpg Source: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ficheiro:50-Mark-1971.jpg License: Public Domain Contributors:
Afrank99, Breeze, Burts, Chochopk, Daniel 1992, EDUCA33E, Moja, Niki K, Obersachse, RM21, ¡0-8-15!
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REVOLUÇÃO RUSSA

Revolução Russa de 1917
A Revolução Russa de 1917 foi uma série de eventos políticos na Rússia, que, após a
eliminação da autocracia russa, e depois do Governo Provisório (Duma), resultou no
estabelecimento do poder soviético sob o controle do partido bolchevique. O resultado
desse processo foi a criação da União Soviética, que durou até 1991.
A Revolução compreendeu duas fases distintas:
• A Revolução de Fevereiro de 1917(março de 1917, pelo calendário ocidental), que
derrubou a autocracia do Czar Nicolau II da Rússia, o último Czar a governar, e procurou
estabelecer em seu lugar uma república de cunho liberal.
• A Revolução de Outubro (novembro de 1917, pelo calendário ocidental), na qual o
Partido Bolchevique, liderado por Vladimir Lênin, derrubou o governo provisório e impôs
o governo socialista soviético.
Antecedentes
"Não queremos lutar, mas
defenderemos os sovietes!"
Até 1917, o Império Russo foi uma monarquia
absolutista.[1] A monarquia era sustentada principalmente
pela nobreza rural, dona da maioria das terras cultiváveis.
Das famílias dessa nobreza saíam os oficiais do exército e
os principais dirigentes da Igreja Ortodoxa Russa.
Pouco antes da Primeira Guerra Mundial, a Rússia tinha a
maior população da Europa, com cerca de 171 milhões de
habitantes em 1914. Defrontava-se também com o maior
problema social do continente: a extrema pobreza da
população em geral[2] . Enquanto isso, as ideologias
liberais e socialistas penetravam no país, desenvolvendo
uma consciência de revolta contra os nobres. Entre 1860 e
1914, o número anual de estudantes universitários cresceu
de 5000 para 69000, e o número de jornais diários cresceu
de 13 para 856.
A população do Império Russo era formada por povos de
diversas etnias, línguas e tradições culturais. Cerca de 80% desta população era rural[3] e
90% não sabia ler e escrever, sendo duramente explorada pelos senhores feudais[4] . Com a
industrialização foi-se estabelecendo progressivamente uma classe operária, igualmente
explorada, mas com maior capacidade reivindicativa e aspirações de ascensão social. A
situação de extrema pobreza e exploração em que vivia a população tornou-se assim um
campo fértil para o florescimento de idéias socialistas[3] .
Revolução Russa de 1917 2
A decadência da monarquia czarista
Para compreender as causas da Revolução Russa, é fundamental conhecer o
desenvolvimento básico das estruturas socioeconômicas na Rússia, durante o governo dos
três últimos czares.
Alexandre II (1858 - 1881)
Alexandre II
Alexandre II tinha consciência da necessidade de
se promover reformas modernizadoras no país, para
aliviar as tensões sociais internas e transformar a
Rússia num Estado mais respeitado
internacionalmente. Com sua política reformista,
Alexandre II promoveu, por exemplo:
• a abolição da servidão agrária[5] , beneficiando
cerca de 40 milhões de camponeses que ainda
permaneciam submetidos ao mais cruel sistema
de exploração de seu trabalho;
• a suspensão da censura aos livros e à imprensa;
• o incentivo ao ensino elementar e a concessão de
autonomia acadêmica às universidades;
• a concessão de maior autonomia administrativa
aos diferentes governos das províncias.
Mesmo sem provocar alterações significativas na
estrutura social existente na Rússia, a política
reformista do czar encontrou forte oposição das
classes conservadoras da aristocracia,
extremamente sensíveis a quaisquer perdas de privilégios sociais em favor de concessões
ao povo.
Apesar das medidas reformistas, o clima de tensão social continuava aumentando entre os
setores populares. A terra distribuída aos camponeses era insuficiente, estando fortemente
concentrada nas mãos de uma aristocracia latifundiária[3] . A esta faltavam no entanto
recursos técnicos e financeiros para uma modernização da agricultura. Esses problemas se
traduziam na baixa produtividade agrícola, que provocava freqüentes crises de
abastecimentos alimentares, afetando tanto os camponeses como a população urbana.
Em 1881, o czar Alexandre II foi assassinado[3] por um dos grupos de oposição política (os
Pervomartovtsky) que lutavam pelo fim da monarquia vigente, responsabilizada pela
situação de injustiça social existente.
Alexandre III (1881 - 1894)
Após o assassinato de Alexandre II, as forças conservadoras russas uniram-se em torno do
novo czar, Alexandre III, que retomou o antigo vigor do regime monárquico absolutista.
Alexandre III concedeu grandes poderes à polícia política do governo (Okhrana)[6] , que
exercia severo controle sobre os setores educacionais, imprensa e tribunais, além dos dois
importantes partidos políticos (Narodnik e o Partido Operário Social-Democrata Russo), que
queriam acabar com a autocracia passaram a actuar na clandestinidade.
Revolução Russa de 1917 3
Impedidos de protestar contra a exploração de que eram vítimas, camponeses e
trabalhadores urbanos continuaram sob a opressão da aristocracia agrária e dos
empresários industriais. Estes, associando-se a capitais franceses[6] , impulsionavam o
processo de industrialização do país. Apesar da repressão política comandada pela
Okhrana, as idéias socialistas eram introduzidas no país por intelectuais preocupados em
organizar a classe trabalhadora[6] .
Alexandre III faleceu em 1894.
Nicolau II (1894 - 1918)
Nicolau II, o sucessor de Alexandre III, procurou facilitar a entrada de capitais
estrangeiros para promover a industrialização do país, principalmente da França, da
Alemanha, da Inglaterra e da Bélgica, esse processo de industrialização ocorreu
posteriormente à da maioria dos países da Europa Ocidental[5] . O desenvolvimento
capitalista russo foi ativado por medidas como o início da exportação do petróleo, a
implantação de estradas de ferro e da indústria siderúrgica.
Os investimentos industriais foram concentrados em centros urbanos populosos, como
Moscovo, São Petersburgo, Odessa e Kiev. Nessas cidades, formou-se um operariado de
aproximadamente 3 milhões de pessoas, que recebiam salários miseráveis e eram
submetidas a jornadas de 12 a 16 horas diárias de trabalho, não recebiam alimentação e
trabalhavam em locais imundos, sujeitos a doenças. Nessa dramática situação de
exploração do operariado, as idéias socialistas encontraram um campo fértil para o seu
florescimento[2] .
O Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR)
Stalin, Lenin e Kalinin em 1919.
Com o desenvolvimento da industrialização
e o maior relacionamento com a Europa
Ocidental, a Rússia recebeu do exterior
novas correntes políticas que chocavam
com o antiquado absolutismo do governo
russo. Entre elas destacou-se a corrente
inspirada no marxismo, que deu origem ao
Partido Operário Social-Democrata
Russo.
O POSDR foi violentamente combatido pela
Ochrana. Embora tenha sido desarticulado dentro da Rússia em 1898, voltou a organizar-se
no exterior, tendo como líderes principais Gueorgui Plekhanov, Vladimir Ilyich Ulyanov
(conhecido como Lênin)[5] e Lev Bronstein (conhecido como Trotski).
Revolução Russa de 1917 4
A divisão do Partido: mencheviques e bolcheviques
Em 1903, divergências quanto à forma de ação levaram os membros do partido POSDR a se
dividir em dois grupos básicos[7] :
• os mencheviques: liderados por Martov[3] , defendiam que os trabalhadores podiam
conquistar o poder participando normalmente das atividades políticas. Acreditavam,
ainda, que era preciso esperar o pleno desenvolvimento capitalista da Rússia e o
desabrochar das suas contradições, para se dar início efetivo à ação revolucionária.
Como esses membros tiveram menos votos em relação ao outro grupo, ficaram
conhecidos como mencheviques, que significa minoria.
• os bolcheviques: liderados por Lenin, defendiam que os trabalhadores somente
chegariam ao poder pela luta revolucionária. Pregavam a formação de uma ditadura do
proletariado[5] , na qual também estivesse representada a classe camponesa. Como esse
grupo obteve mais adeptos, ficou conhecido como bolchevique, que significa maioria.
Trotsky, que inicialmente não se filiou a nenhuma das facções, aderiu aos bolcheviques
mais tarde.
A Revolta de 1905: o ensaio para a revolução
Em 1904, a Rússia, que desejava expandir-se para o oriente, entrou em guerra contra o
Japão devido à posse da Manchúria, mas foi derrotada[8] . A situação socioeconômica do
país agravou-se[2] e o regime político do czar Nicolau II foi abalado por uma série de
revoltas, em 1905, envolvendo operários, camponeses, marinheiros (como a revolta no
navio couraçado Potemkin[9] ) e soldados do exército. Greves e protestos contra o regime
absolutista do czar explodiram em diversas regiões da Rússia. Em São Petersburgo, foi
criado um soviete (conselho operário) para auxiliar na coordenação das várias greves e
servir de palco de debate político.
Diante do crescente clima de revolta, o czar Nicolau II prometeu realizar, pelo Manifesto de
Outubro, grandes reformas no país[8] : estabeleceria um governo constitucional, dando fim
ao absolutismo, e convocaria eleições gerais para o parlamento (a Duma), que elaboraria
uma constituição para a Rússia[8] . Os partidos de orientação liberal burguesa (como o
Partido Constitucional Democrata ou Partido dos Cadetes) deram-se por satisfeitos com as
promessas do czar, deixando os operários isolados.
Terminada a guerra contra o Japão, o governo russo mobilizou as suas tropas especiais
(cossacos) para reprimir os principais focos de revolta dos trabalhadores. Diversos líderes
revolucionários foram presos, desmantelando-se o Soviete de São Petersburgo. Assumindo
o comando da situação, Nicolau II deixou de lado as promessas liberais que tinha feito no
Manifesto de Outubro. Apenas a Duma continuou funcionando, mas com poderes limitados
e sob intimidação policial das forças do governo.
A Revolução Russa de 1905, mais conhecida como "Domingo Sangrento"[1] , tinha sido
derrotada por Nicolau II, mas serviu de lição para que os líderes revolucionários avaliassem
seus erros e suas fraquezas e aprendessem a superá-los. Foi, segundo Lenin, um ensaio
geral para a Revolução Russa de 1917[7] .
Revolução Russa de 1917 5
Revolução de 1917
A queda do Czar e o processo revolucionário
Mesmo abatida pelos reflexos da derrota militar frente ao Japão, a Rússia envolveu-se
noutro grande conflito, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em que também sofreu
pesadas derrotas nos combates contra os alemães[7] . A longa duração da guerra provocou
crise de abastecimento alimentar nas cidades, desencadeando uma série de greves e
revoltas populares[5] . Incapaz de conter a onda de insatisfações, o regime czarista
mostrava-se intensamente debilitado.
Palácio Tauride, sede da Duma e posteriormente do Governo
Provisório e do Soviete de Petrogrado
Numa das greves em
Petrogrado (actualmente São
Petersburgo, então capital do
país), Nicolau II toma a última
das suas muitas decisões
desastrosas: ordena aos
militares que disparem sobre a
multidão e contenham a
revolta. Partes do exército,
sobretudo os soldados, apóiam
a revolta. A violência e a
confusão nas ruas tornam-se
incontroláveis.[10] Segundo o
jornalista francês Claude Anet, morreram em São Petersburgo cerca de 1500 pessoas e
cerca de 6000 ficaram feridas.
Em 15 de março de 1917, o conjunto de forças políticas de oposição (liberais burguesas e
socialistas) depuseram o czar Nicolau II, dando início à Revolução Russa. O czar foi
posteriormente assassinado junto com sua família.
Revolução de Fevereiro ou Revolução Branca
A primeira fase, conhecida como Revolução de Fevereiro, ocorreu de março a novembro de
1917.
Em 23 de Fevereiro (C.J.) (8 de Março, C.G.), uma série de reuniões e passeatas
aconteceram em Petrogrado, por ocasião do Dia Internacional das Mulheres. Nos dias que
se seguiram, a agitação continuou a aumentar, recebendo a adesão das tropas
encarregadas de manter a ordem pública, que se recusavam a atacar os manifestantes[10] .
No dia 27 de Fevereiro (C.J.), um mar de soldados e trabalhadores com trapos vermelhos
em suas roupas invadiu o Palácio Tauride, onde a Duma se reunia. Durante a tarde,
formaram-se dois comités provisórios em salões diferentes do palácio. Um, formado por
deputados moderados da Duma, se tornaria o Governo Provisório. O outro era o Soviete
de Petrogrado, formado por trabalhadores, soldados e militantes socialistas de várias
correntes.[5]
Temendo uma repetição do Domingo Sangrento, o Grão-Duque Mikhail ordenou que as
tropas leais baseadas no Palácio de Inverno não se opusessem à insurreição e se
retirassem. Em 2 de Março, cercado por amotinados, Nicolau II assinou sua abdicação.
Revolução Russa de 1917 6
Após a derrubada do czar, instalou-se o Governo Provisório, comandado pelo príncipe
Georgy Lvov[7] , um latifundiário, e tendo Aleksandr Kerenski como ministro da guerra. Era
um governo de caráter liberal burguês, intensamente interessado em manter a participação
russa na Primeira Guerra Mundial. Enquanto isso, o Soviete de Petrogrado reivindicava
para si a legitimidade para governar. Já em 1 de Março, o Soviete ordenava ao exército que
lhe obedecesse, em vez de obedecer ao Governo Provisório. O Soviete queria dar terra aos
camponeses, um exército com disciplina voluntária e oficiais eleitos democraticamente, e o
fim da guerra, objectivos muito mais populares do que os almejados pelo Governo
Provisório.
Com ajuda alemã, Lenin regressa à Rússia em Abril[10] (C.J.), pregando a formação de uma
república dos sovietes, bem como a nacionalização dos bancos e da propriedade privada. O
seu principal lema era: Todo o poder aos sovietes[11] .
Entretanto, o processo de desintegração do Estado russo continuava. A comida era escassa,
a inflação bateu a casa dos 1.000 %, as tropas desertavam da fronte matando seus oficiais,
propriedades da nobreza latifundiária eram saqueadas e queimadas. Nas cidades, conselhos
operários foram criados na maioria das empresas e fábricas.A Rússia ainda continuava na
guerra.
Revolução de Outubro ou Revolução Vermelha
O cruzador Aurora, navio que ajudou
os bolcheviques a conquistar São
Petersburgo, na época...
...e atualmente, como museu em São
Petersburgo.
A segunda fase, conhecida como revolução de Outubro,
teve início em novembro de 1917.
Na madrugada do dia 25 de outubro[12] os
bolcheviques, liderados por Lênin, Zinoviev e Radek,
com a ajuda de elementos anarquistas e Socialistas
Revolucionários, cercaram a capital, onde estavam
sediados o Governo Provisório e o Soviete de
Petrogrado. Muitos foram presos, mas Kerenski
conseguiu fugir[7] . À tarde, numa sessão
extraordinária, o Soviete de Petrogrado delegou o
poder governamental ao Conselho dos Comissários do
Povo[7] , dominado pelos bolcheviques. O Comitê
Executivo do mesmo Soviete de Petrogrado rejeitou a
decisão dessa assembléia e convocou os sovietes e o
exército a defender a Revolução contra o golpe
bolchevique. Entretanto, os bolcheviques
predominaram na maior parte das províncias de etnia
russa. O mesmo não se deu em outras regiões, tais
como a Finlândia[12] , a Polônia e a Ucrânia[12] .
Em 3 de Novembro, um esboço do Decreto sobre o
Controle Operário foi publicado. Esse documento
instituía a autogestão em todas as empresas com 5 ou
mais empregados. Isto acelerou a tomada do controle de todas as esferas da economia por
parte dos conselhos operários, e provocou um caos generalizado, ao mesmo tempo que
acelerou ainda mais a fuga dos proprietários para o exterior. Mesmo Emma Goldman viria a
Revolução Russa de 1917 7
reconhecer que as empresas que se encontravam em melhor situação eram justamente
aquelas em que os antigos proprietários continuavam a exercer funções gerenciais.
Entretanto, este decreto levou a classe trabalhadora a apoiar o recém-criado e ainda fraco
regime bolchevique, o que possivelmente teria sido o seu principal objetivo. Durante os
meses que se seguiram, o governo bolchevique procurou então submeter os vários
conselhos operários ao controle estatal, por meio da criação de um Conselho Pan-Russo de
Gestão Operária. Os anarquistas se opuseram a isto, mas foram voto vencido.
Era consenso entre todos os partidos políticos russos de que seria necessária a criação de
uma assembléia constituinte, e que apenas esta teria autoridade para decidir sobre a forma
de governo que surgiria após o fim do absolutismo. As eleições para essa assembléia
ocorreram em 12 de Novembro de 1917, como planejado pelo Governo Provisório, e à
exceção do Partido Constitucional Democrata, que foi perseguido pelos bolcheviques, todos
os outros puderam participar livremente. Os Socialistas Revolucionários receberam duas
vezes mais votos do que os bolcheviques, e os partidos restantes receberam muito poucos
votos. Em 26 de Dezembro, Lênin publicou suas Teses sobre a assembléia constituinte,
onde ele defendia os sovietes como uma forma de democracia superior à assembléia
constituinte. Até mesmo os membros do partido bolchevique compreenderam que
preparava-se o fechamento da assembléia constituinte, e a maioria deles foram contra isto,
mas o Comitê Central do partido ordenou-lhes que acatassem a decisão de Lênin.
Na manhã de 5 de Janeiro de 1918, uma imensa manifestação pacífica a favor da
assembléia constituinte foi dissolvida à bala por tropas leais ao governo bolchevique. A
assembléia constituinte, que se reuniu pela primeira vez naquela tarde, foi dissolvida na
madrugada do dia seguinte. Pouco a pouco, se tornou claro que os bolcheviques pretendiam
criar uma ditadura para si, inclusive contra os partidos socialistas revolucionários. Isto
levou os outros partidos a atuarem na ilegalidade, sendo que alguns deles passariam à
resistência armada ao governo.
Durante este período, o governo bolchevique tomou uma série de medidas de impacto,
como:
• Pedido de paz imediata: em março de 1918, foi assinado, com a Alemanha, o Tratado de
Brest-Litovski,[5] onde a Rússia abriu mão do controle sobre a Finlândia, Países bálticos
(Estônia, Letônia e Lituânia), Polônia, Bielorússia e Ucrânia, bem como de alguns
distritos turcos e georgianos antes sob seu domínio.
• Confisco de propriedades privadas: grandes propriedades foram tomadas dos
aristocratas e da Igreja Ortodoxa, para serem distribuídas entre o povo.
• Declaração do direito nacional dos povos: o novo governo comprometeu-se a acabar com
a dominação exercida pelo governo russo sobre regiões tais como a Finlândia, a Geórgia
ou a Armênia.
• Estatização da economia: o novo governo passou a intervir diretamente na vida
econômica, nacionalizando diversas empresas.[5]
Guerra civil
Durante o curto período em que os territórios cedidos no Tratado de Brest-Litovski
estiveram em poder do exército alemão, as várias forças antibolcheviques puderam
organizar-se e armar-se. Estas forças dividiam-se em três grupos que também lutavam
entre si: 1) czaristas , 2) liberais, eseritas e metade dos socialistas e 3) anarquistas. Com a
derrota da Alemanha em 1919, esses territórios tornaram-se novamente alvo de disputa,
Revolução Russa de 1917 8
bem como bases das quais partiriam forças que pretendiam derrubar o governo
bolchevique.
Ao mesmo tempo, Trotsky se ocupou em organizar o novo Exército Vermelho[13] . Com a
ajuda deste, os bolcheviques mostraram-se preparados para resistir aos ataques do também
recém formado Exército polonês, dos Exércitos Brancos de Denikin, Kolchak, Yudenich e
Wrangel(que se dividiam entre as duas primeiras facções citadas no parágrafo anterior), e
também para suprimir o Exército Insurgente de Makhno e a Revolta de Kronstadt, ambos
de forte inspiração anarquista. No início de 1921, encerrava-se a guerra civil, com a vitória
do Exército Vermelho. O Partido Bolchevique, que desde 1918 havia alterado sua
denominação para Partido Comunista, consolidava a sua posição no governo.
Criação da União Soviética
Brasão de armas da URSS
Terminada a guerra civil, a Rússia estava completamente
arrasada, com graves problemas para recuperar sua
produção agrícola e industrial. Visando promover a
reconstrução do país, Lenin criou, em fevereiro de 1921, a
Comissão Estatal de Planificação Econômica ou GOSPLAN,
encarregada da coordenação geral da economia do país.
Pouco tempo depois, em março de 1921, adaptou-se um
conjunto de medidas conhecidas como Nova Política
Econômica ou NEP[5] . Entre as medidas tomadas pela
NEP destacam-se: liberdade de comércio interno, liberdade
de salário aos trabalhadores, autorização para o
funcionamento de empresas particulares e permissão de
entrada de capital estrangeiro para a reconstrução do país.
O Estado russo continuou, no entanto, exercendo controle sobre setores considerados vitais
para a economia: o comércio exterior, o sistema bancário e as grandes indústrias de base.
O Governo Operário na União Soviética
Desde 1918, após uma tentativa de assassinato de Lenin no mês de agosto com a
participação de membros do partido Socialista Revolucionário, os comunistas tinham
proibido os outros partidos políticos. Em abril de 1922, Stalin foi nomeado secretário-geral
do Partido[13] , encarregando-se de combater as facções de oposição no interior do Partido
e de garantir os postos importantes da administração estatal para pessoas da inteira
confiança do regime o que foi por ele utilizado para impor à administração interna a
hegemonia do seu grupo pessoal.
Em dezembro de 1922, foi organizado um congresso geral de todos os sovietes, ocorrendo a
fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O governo da União,
cujo órgão máximo era o Soviete Supremo (Legislativo), passou a ser integrado por
representantes das diversas repúblicas.
Competia ao Soviete Supremo eleger um comitê executivo (Presidium), dirigido por um
presidente a quem se reservava a função de chefe de estado. Competiam ao governo da
União as grandes tarefas relativas ao comércio exterior, política internacional, planificação
da economia, defesa nacional, entre outros.
Revolução Russa de 1917 9
Paralelamente a essa estrutura formal, estava o Partido Comunista, que controlava,
efetivamente, o poder da URSS. Sua função era controlar os órgãos estatais, estimulando
sua atividade e verificando sua lealdade e manter os dirigentes em contato permanente com
as massas. Também assegurava à população a difusão das ideologias vindas da alta cúpula.
A ascensão de Stalin
Lênin, o fundador do primeiro Estado socialista, morreu em janeiro de 1924[5] . Teve início,
então, uma grande luta interna pela disputa do poder soviético[14] . Num primeiro
momento, entre os principais envolvidos nesta disputa pelo poder figuravam Trotski e
Stalin[7] .
Trotski defendia a tese da revolução permanente, segundo a qual o socialismo somente
seria possível se fosse construído à escala internacional[14] . Ou seja, a revolução socialista
deveria ser levada à Europa e ao mundo.
Opondo-se a tese trotskista, Stalin defendia a construção do socialismo num só país[14] .
Pregava que os esforços por uma revolução permanente comprometeriam a consolidação
interna do socialismo na União Soviética.
A tese de Stalin tornou-se vitoriosa[14] . Foi aceita e aclamada no XIV Congresso do Partido
Comunista.
Trotski foi destituído das suas funções como comissário de guerra, expulso do Partido e, em
1929, deportado da União Soviética[5] . Tempos depois, em 1940, foi assassinado no
México, a mando de Stalin[5] , por um agente de segurança soviético, que desferiu no antigo
líder do Exército Vermelho golpes de picareta na cabeça.
O governo de Stalin
A partir de dezembro de 1929, Stalin converteu-se no ditador absoluto da União
Soviética[15] . O método que utilizou para a total conquista do poder político teve como base
a sua habilidade no controle da máquina burocrática do Partido e do Estado, bem como a
montagem de um implacável sistema de repressão política de todos os opositores[14] . Desse
modo, Stalin conseguiu eliminar do Partido, do Exército e dos principais órgãos do Estado
todos os antigos dirigentes revolucionários, muitos dos quais tinham sido grandes
companheiros de Lénin, como Zinoviev, Bukharin, Kamenev, Rikov, Muralov entre outros.
Depois de presos e torturados, os opositores de Stalin eram forçados a confessar crimes de
espionagem que não haviam praticado. E, assim, conhecidos patriotas eram executados
como traidores da pátria. Era a farsa jurídica que caracterizou as chamadas Josef
Stalin#depurações.
Durante o período stalinista (1924 - 1953) calcula-se que o terror político soviético foi
responsável pela prisão de mais de cinco milhões de cidadãos e pela morte de mais de 500
mil pessoas.
Houve êxito na reconstrução do país e na elevação do nível econômico e cultural da
população soviética tornando a URSS, juntamente com os Estados Unidos da América, após
a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) uma das superpotências mundiais.[16]
Com a vitória dos aliados sobre o eixo nazi-fascista formado por Alemanha, Japão e Itália, a
União Soviética, o principal oponente da Alemanha na Europa passou a dispor de enorme
prestígio internacional, mas teve enormes perdas humanas e materiais. O governo de Stalin
terminou com sua morte no ano de 1953.[16]
Revolução Russa de 1917 10
Relações diplomáticas com Portugal
A Revoluçăo de Fevereiro de 1917 teve uma enorme repercussăo nas relaçőes diplomáticas
russo-portuguesas, que foram cortadas até 1974. Todavia, ao longo desses 57 anos,
relações comerciais entre Portugal e a Rússia (e, posteriormente, a União Soviética) nunca
deixaram de existir.[17]
[1] Revolução Russa (http:/ / www. suapesquisa. com/ russa/ ). Sua Pesquisa.com. Página visitada em 28 de janeiro
de 2009.
[2] História Geral – Revolução Russa (http:/ / www. portalbrasil. eti. br/ historiageral_revolucaorussa. htm). Portal
Brasil. Página visitada em 28 de janeiro de 2009.
[3] Antecedentes da Revolução Russa (http:/ / www. brasilescola. com/ historiag/ antecedentes-revolucao-russa.
htm). Brasil Escola. Página visitada em 29 de janeiro de 2009.
[4] Revolução Russa (http:/ / www. brasilescola. com/ historiag/ revolucao-russa. htm). Brasil Escola. Página
visitada em 29 de janeiro de 2009.
[5] BRANCO, Eustáquio Lagoeiro Castelo. A Revolução Russa de 1917 (http:/ / eduquenet. net/ revolucaorussa.
htm). Eduque Net. Página visitada em 28 de janeiro de 2009.
[6] Gigante no ataque (http:/ / veja. abril. com. br/ historia/ republica/ russia-czar-alexandre-iii. shtml). Veja Edição
Especial República. Página visitada em 29 de janeiro de 2009.
[7] Revolução Russa (http:/ / www1. curso-objetivo. br/ vestibular/ roteiro_estudos/ revolucao_russa. aspx). Curso
Objetivo. Página visitada em 28 de janeiro de 2009.
[8] O ensaio revolucionário de 1905 (http:/ / www. brasilescola. com/ historiag/ o-ensaio-revolucionario-1905.
htm). Brasil Escola. Página visitada em 29 de janeiro de 2009.
[9] Revolução Russa (http:/ / www1. curso-objetivo. br/ vestibular/ roteiro_estudos/ revolucao_russa. aspx). Curso
Objetivo. Página visitada em 28 de janeiro de 2009. Este navio foi palco de uma grande revolta de marinheiros
da Revolução Russa, causada pela carne podre que lhes era servida nas refeições. Esta revolta foi retratada no
filme Bronenosets Potyomkin (1925) de Sergei Eisenstein.
[10] Revolução de Fevereiro (http:/ / www. brasilescola. com/ historiag/ revolucao-fevereiro. htm). Brasil Escola.
Página visitada em 29 de janeiro de 2009.
[11] A Revolução Soviética (http:/ / www. historianet. com. br/ conteudo/ default. aspx?codigo=49). Histórianet.
Página visitada em 28 de janeiro de 2009.
[12] Revolução de Outubro (http:/ / www. brasilescola. com/ historiag/ revolucao-outubro. htm). Brasil Escola.
Página visitada em 29 de janeiro de 2009.
[13] Apontamentos sobre Trotsky – O mito e a realidade (http:/ / www. alentejopopular. pt/ pagina. asp?id=685).
Alentejo Popular On-line (11 de dezembro de 2008). Página visitada em 29 de janeiro de 2009.
[14] Governo Stálin (http:/ / www. brasilescola. com/ historiag/ governo-stalin. htm). Brasil Escola. Página visitada
em 29 de janeiro de 2009.
[15] Mundo - Cronologia - 1920 (http:/ / almanaque. folha. uol. com. br/ mundo20. htm). Almanaque Folha. Página
visitada em 29 de janeiro de 2009.
[16] Josef Stalin (http:/ / educacao. uol. com. br/ biografias/ ult1789u354. jhtm). UOL Educação. Página visitada
em 30 de janeiro de 2009.
[17] Portugal-Rússia: mais de dois séculos de relações oficiais (http:/ / www2. ilch. uminho. pt/ cursos/ relacoes.
htm)
Referências bibliográficas
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• MEDVEDEV, Roy. Era Inevitável a Revolução Russa. Rio de Janeiro. Civilização
Brasileira.
• CROUZET, Maurice. História Geral das Civilizações, São Paulo, Difusão Européia do
Livro. 1969.
• TROTSKI, Leon. Como Fizemos a Revolução.São Paulo, Global
Revolução Russa de 1917 11
Ver também
• Revolução Bolchevique
• George Gapon
• Gulag
• Nikolai Gavrilovitch Tchernichevski
• Tchorni Peredel
• Leon Trotsky
• Guerra civil inglesa
• Nazismo
Ligações externas
• A classe trabalhadora no Brasil sob o impacto da Revolução Russa de 1917. (http:/ / www.
pstu. org. br/ teoria_materia. asp?id=2648& ida=0) (em português) Artigo de Carlos
Zacarias, professor de história do Brasil na UNEB e doutorando em história do norte e
nordeste do Brasil na UFPE
• Revolução Russa (http:/ / www. infoescola. com/ historia/ revolucao-russa/ ) (em
português) Causas, características e consequências da Revolução Russa para o povo
russo e o mundo.
Fontes e editores do artigo 12
Fontes e editores do artigo
Revolução Russa de 1917 Source: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=15830565 Contributors: 333, 555, Adailton, Agil, Arges, Armagedon,
Arthur Cavalcanti, Arthur.otaviano, Basque grand, Beria, Bisbis, Bismara, Borga, Carlos28, Clara C., CommonsDelinker, Cícero, Daimore, Der kenner,
Editor br, Epinheiro, EuTuga, Frajolex, Fredxavier, FvZ, GOE, Gabbhh, Gabrielt4e, Geosapiens, Get It, Giro720, Guizalan, Gunnex, Heitor C. Jorge,
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Imperial Russian Navy
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Documentation License Contributors: Photo taken in august 2002 by and released under GFDL
Imagem:State Coat of Arms of the USSR (1958-1991 version) transparent background.png Source:
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PADRÃO - OURO

Padrão - ouro
O padrão-ouro foi o sistema monetário cuja primeira fase vigorou desde o século XIX até a
Primeira Guerra Mundial. A teoria pioneira do padrão-ouro, chamada de teoria quantitativa
da moeda, foi elaborada por David Hume em 1752, sob o nome de “modelo de fluxo de
moedas metálicas” e destacava as relações entre moeda e níveis de preço (base de
fenômenos da inflação e deflação).
Cada banco era obrigado a converter as notas bancárias por ele emitida em ouro (ou prata),
sempre que solicitado pelo cliente. A introdução de notas bancárias sem esse lastro, causou
escândalos na França. Com o padrão-ouro, utilizado principalmente pela Inglaterra, o
sistema conseguiu estabilidade e permaneceu até o término da I Guerra Mundial. Em
alguns paises periféricos, o sistema não foi adotado por se achar que a presença desses
países e seus problemas de financiamento, desestabilizariam o sistema. Dessa forma, a
circulação de papéis-moeda foi feita pelo chamado sistema de "curso forçado". No Brasil, o
sistema foi adotado imperfeitamente, durante o Segundo Reinado e no início da República
Velha ( Governo Campos Salles )
Durante a Primeira Guerra Mundial, a maioria dos países abandonou o padrão-ouro,
principalmente devido às expansões monetárias e fiscais realizadas por eles durante a
guerra, as quais desequilibraram enormemente o comércio internacional.
Em uma segunda fase, o sistema consistia, basicamente, na adoção, por parte das
instituições financeiras de cada país que aderisse ao arranjo, de um preço fixo de sua
moeda em relação ao ouro, e da conversabilidade ouro ao dólar. Desse modo, as
autoridades deveriam exigir dos bancos e demais instituições monetárias que negociassem
seus passivos respeitando esse preço fixo em relação ao ouro, como forma de estabilizar a
economia.
Em termos internacionais, o padrão-ouro significou a adoção de um regime cambial fixo por
parte de praticamente todos os grandes países comerciais de sua época. Cada país se
comprometeu em fixar o valor de sua moeda em relação a uma quantidade específica de
ouro, e a realizar políticas monetárias, de compra e venda de ouro, de modo a preservar tal
paridade definida.
Operando no regime de padrão-ouro, o banco central de cada país mantém grande parte de
seus ativos de reserva internacional sob a forma de ouro. As diferenças entre as reservas de
ouro sob a propriedade de cada país refletia, portanto, as suas necessidades comerciais.
Pois, nesse padrão, os fluxos de ouro financiavam os desequilíbrios nas balanças de
pagamentos de cada país. Se um país fosse deficitário em sua balança de pagamentos, isto
é, se a soma de bens e serviços importados do exterior fosse superior à soma de bens e
serviços exportados ao mesmo, o país deveria corrigir o déficit exportando ouro. Os países
superavitários, por sua vez, tornavam-se importadores de ouro.
As “regras do jogo” prevalecentes no sistema de padrão-ouro eram simples: a quantidade
de reservas de ouro do país determinava, portanto, a sua oferta monetária. Se um país fosse
superavitário em sua balança de pagamentos, deveria importar ouro dos países deficitários.
Padrão- ouro 2
Isso elevaria sua oferta interna de moeda, levando a uma expansão da base monetária, o
que provocaria um aumento de preços que, no final das contas, tiraria competitividade de
seus produtos nos mercados internacionais, freando assim, novos superávits. Já se o país
fosse deficitário na balança comercial, exportaria ouro, sofreria contração monetária, seus
preços internos baixariam e, no final das contas, aumentaria a competitividade de seus
produtos no exterior.
Em resumo, o padrão-ouro visava uma situação de equilíbrio na economia internacional de
modo que cada país mantivesse uma base monetária consistente com a paridade cambial,
mantendo assim uma balança comercial equilibrada.
A segunda fase do padrão-ouro, o padrão ouro-dólar, que se baseava no acordo de Bretton
Woods, terminou quando os EUA abandonaram o acordado no início dos anos 70, por causa
das necessidades de financiamento crescentes causadas pela Guerra do Vietnã. Nesse
período o padrão-ouro-dólar também não pode ser seguido pelo Brasil e outros países
similares, que adotaram formas de cunho forçado e alternativas como crawling peg, etc.
Terminologia do padrão ouro
• gold-stand(br.: padrão-espécie): modalidade de conversão de papel-moeda em ouro
amoedado;
• bullion-standard(br.: padrão-barra): a conversão é para ouro em barra.
• gold-exchange standard (br.:padrão-de-câmbio-ouro ou padrão-divisas):conversão em
divisas para o comércio internacional.
Referências
[1] http:/ / www. google. com/ search?& as_eq=wikipedia& as_epq=Padr%C3%A3o-ouro
[2] http:/ / news. google. com/ archivesearch?& as_src=-newswire+ -wire+ -presswire+ -PR+ -press+ -release&
as_epq=Padr%C3%A3o-ouro
[3] http:/ / books. google. com/ books?& as_brr=0& as_epq=Padr%C3%A3o-ouro
[4] http:/ / scholar. google. com/ scholar?as_epq=Padr%C3%A3o-ouro
[5] http:/ / www. scirus. com/ srsapp/ search?q=Padr%C3%A3o-ouro& t=all& sort=0& g=s
Fontes e editores do artigo 3
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Padrão- ouro Source: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=15851769 Contributors: Al Lemos, Arthemius x, Astratone, Brizolão, LeonardoRob0t,
Leslie, MarceloB, Mário Henrique, Ricardo Martini, SallesNeto BR, 4 edições anónimas
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quarta-feira, 1 de julho de 2009

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

A Primeira Guerra Mundial (também conhecida como Grande Guerra antes de 1939, Guerra das Guerras ou ainda como a Última Guerra Feudal) foi um conflito mundial ocorrido entre 28 de Julho de 1914 e 11 de Novembro de 1918.
A guerra ocorreu entre a Tríplice Entente (liderada pelo Império Britânico, França, Império Russo (até 1917) e Estados Unidos (a partir de 1917) que derrotou a Tríplice Aliança (liderada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano), e causou o colapso de quatro impérios e mudou de forma radical o mapa geo-político da Europa e do Médio Oriente.
No início da guerra (1914), a Itália era aliada dos Impérios Centrais na Tríplice Aliança, mas, considerando que a aliança tinha carácter defensivo (e a guerra havia sido declarada pela Áustria) e a Itália não havia sido preventivamente consultada sobre a declaração de guerra, o governo italiano afirmou não sentir vinculado à aliança e que, portanto, permaneceria neutro. Mais tarde, as pressões diplomáticas da Grã-Bretanha e da França a fizeram firmar em 26 de abril de 1915 um pacto secreto contra o aliado austríaco, chamado Pacto de Londres, no qual a Itália se empenharia a entrar em guerra em um mês em troca de algumas conquistas territoriais que obtivesse ao fim da guerra: o Trentino, o Tirol Meridional, Trieste, Gorizia, Ístria (com exceção da cidade de Fiume), parte da Dalmácia, um protetorado sobre a Albânia, sobre algumas ilhas do Dodecaneso e alguns territórios do Império Turco, além de uma expansão das colônias africanas, às custas da Alemanha (a Itália já possuía na África: a Líbia, a Somália e a Eritréia). O não-cumprimento das promessas feitas à Itália foi um dos fatores que a levaram a aliar-se ao Eixo na Segunda Guerra Mundial.
Em 1917, a Rússia abandonou a guerra em razão do início da Revolução. No mesmo ano, os EUA, que até então só participavam da guerra como fornecedores, ao ver os seus investimentos em perigo, entram militarmente no conflito, mudando totalmente o destino da guerra e garantindo a vitória da Tríplice Entente.
Causas
Em 28 de Junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Austro-Húngaro, e sua esposa Sofia, Duquesa de Hohenberg, foram assassinados pelo sérvio Gavrilo Princip, que pertencia ao grupo nacionalista-terrorista armado Mão Negra (oficialmente chamado "Unificação ou Morte"), que lutava pela unificação dos territórios que continham sérvios.
O assassinato desencadeou os eventos que rapidamente deram origem à guerra, mas suas verdadeiras causas são muito mais complexas. Historiadores e políticos têm discutido essa questão por quase um século sem chegar a um consenso. Algumas das melhores explicações estão listadas abaixo:
A Cláusula de Culpa
As primeiras explicações para os motivos da I Guerra Mundial, muito usadas na década de 20, tinham como versão a ênfase oficial tida na Cláusula de Culpa de Guerra, ou Artigo 231 do Tratado de Versalhes e Tratado de St.Germain, que acusava tanto a Alemanha quanto o Império Austro-Húngaro pela responsabilidade da guerra. A explicação para tal não era completamente infundada; era um fato que o Império Austro-Húngaro, apoiado por Berlim, tinha atacado a Sérvia em 29 de julho e que a Alemanha tinha invadido a Bélgica em 3 de agosto[1]. Sendo assim, a Alemanha e o Império Austro-Húngaro tinham sido os primeiros a atacar, o que teria levado à guerra. A Alemanha foi considerada culpada e teve que pagar as reparações pela guerra e todos os custos futuros, além de pensões para todos os veteranos da Tríplice Entente, num valor total estimado em trinta bilhões de dólares. O valor foi sendo renegociado por toda a década de 20, até ser extinto em 1931.
Muitos importantes pensadores britânicos, como o economista John Maynard Keynes, não aceitam a Cláusula de Culpa que a França tanto apoiou. Desde 1960 a idéia de que a Alemanha foi a responsável pela guerra foi revivida por acadêmicos como Fritz Fischer, Imanuel Geiss, Hans-Ulrich Wehler, Wolfgang Mommsen, e V.R. Berghahn.
Corrida Armamentista

HMS Dreadnought, símbolo da corrida armamentista.
A corrida naval entre Inglaterra e Alemanha foi intensificada em 1906 pelo surgimento do HMS Dreadnought, revolucionário navio de guerra. Uma evidente corrida armamentista na construção de navios desdobrava-se entre as duas nações. O historiador Paul Kennedy argumenta que ambas as nações acreditavam nas teorias de Alfred Thayer Mahan, de que o controle do mar era vital a uma nação.
O também historiador David Stevenson descreve a corrida como um "auto reforço de um ciclo de elevada prontidão militar", enquanto David Herrman via a rivalidade naval como parte de um grande movimento para a guerra. Contudo, Niall Ferguson argumenta que a superioridade britânica na produção naval acabou por transformar tal corrida armamentista em um fator que não contribuiu para a movimentação em direção a guerra.
Este período, entre 1885 e 1914[2], ficou conhecido como a Paz Armada[3]
Militarismo e Autocracia

O Kaiser, propaganda militar humorística francesa.
O presidente dos EUA Woodrow Wilson e outros observadores americanos culpam o militarismo pela guerra. A tese é que a aristocracia e a elite militar tinham um controle grande demais sobre a Alemanha, Itália e o Império Austro-Húngaro, e que a guerra seria a consequência de seus desejos pelo poder militar e o desprezo pela democracia. Consequentemente, os partidários dessa teoria pediram pela abdicação de tais soberanos, o fim do sistema aristocrático e o fim do militarismo - tudo isso justificou a entrada americana na guerra depois que a Rússia czarista abandonou a Tríplice Entente. Wilson esperava que a Liga das Nações e um desarmamento universal poderia resultar numa paz, admitindo-se algumas variantes do militarismo como nos sistemas políticos da Inglaterra e França[4].
Imperialismo Econômico
Lênin era um famoso defensor de que o sistema imperialista vigente no mundo era o responsável pela guerra. Para corroborar as suas idéias ele usou as teorias econômicas de Karl Marx e do economista inglês John A. Hobson, que antes já tinha previsto as consequências do imperialismo econômico na luta interminável por novos mercados, que levaria a um conflito global, em seu livro de 1902 chamado "Imperialismo"[5]. Tal argumento provou-se convincente no início imediato da guerra e ajudou no crescimento do Marxismo e Comunismo no desenrolar do conflito. Os panfletos de Lênin de 1917, "Imperialismo: O Último Estágio do Capitalismo", tinham como argumento que os interesses dos bancos em várias das nações capitalistas/imperialistas tinham levado à guerra[6].
Nacionalismo, Romantismo e a "Nova Era"

Recrutamento de britânicos para a guerra, a exemplo da onda nacionalista que varria o continente.
Os líderes civis das nações européias estavam na época enfrentando uma onda de fervor nacionalista que estava se espalhando pela Europa há anos, como memórias de guerras enfraquecidas e rivalidades entre povos, apoiados por uma mídia sensacionalista e nacionalista. Os frenéticos esforços diplomáticos para mediar a rixa entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia foram irrelevantes, já que a opinião pública naquelas nações pediam pela guerra para defender a chamada honra nacional. Já a aristocracia exercia também forte influência pela guerra, acreditando que ela poderia consolidar novamente seu poder doméstico. A maioria dos beligerantes pressentiam uma rápida vitória com conseqüências gloriosas. O entusiasmo patriótico e a euforia presentes no chamado Espírito de 1914 revelavam um grande otimismo para o período pós-guerra.
A Culminação da História Européia
A guerra localizada entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia teve como principal (e quase único) motivo o Pan-eslavismo, o movimento separatista dos Bálcãs. O Pan-eslavismo influenciava a política externa russa, principalmente pelos cidadãos eslavos no país e os desejos econômicos de um porto em águas quentes[7]. O desenrolar da Guerra dos Balcãs refletia essas novas tendências de poder das nações européias. Para os germânicos, tanto as Guerras Napoleónicas quanto a Guerra dos Trinta Anos foram caracterizados por invasões que tiveram um grande efeito psicológico; era a posição precária da Alemanha no centro da Europa que tinha levado a um plano ativo de defesa como o Plano Schlieffen [8]. Ao mesmo tempo a transferência da disputada Alsácia e Lorena e a derrota na Guerra franco-prussiana influenciaram a política francesa, dando origem ao chamado revanchismo. Após a Liga dos Três Impérios ter se desmanchado, a França formou uma aliança com a Rússia, e a guerra por duas frentes começou a se tornar uma preocupação para o exército alemão.
A crise de Julho e as declarações de guerra

Declaração de guerra do Império Alemão em 1914
Após o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando em 28 de Junho, o Império Austro-Húngaro esperou três semanas antes de decidir tomar um curso de ação. Essa espera foi devida ao fato de que grande parte do efetivo militar estava na ajuda a colheita, o que impossibilitava a ação militar naquele período. Em 23 de Julho, graças ao apoio incondicional alemão (carta branca) ao Império Austro-Húngaro se a guerra eclodisse, foi-se mandando um ultimato a Sérvia que continha várias requisições, entre elas a que agentes austríacos fariam parte das investigações, e que a Sérvia seria a culpada pelo atentado. O governo sérvio aceitou todos os termos do ultimato, com exceção da participação de agentes austríacos, o que na opinião sérvia constituía uma violação de sua soberania.
Por causa desse termo, rejeitado em resposta sérvia em 26 de Julho, o Império Austro-Húngaro cortou todas as relações diplomáticas com o país e declarou guerra ao mesmo em 28 de Julho, começando o bombardeio à Belgrado (capital sérvia) em 29 de Julho. No dia seguinte, a Rússia, que sempre tinha sido uma aliada da Sérvia, deu a ordem de locomoção a suas tropas. Os alemães, que tinham garantido o apoio ao Império Austro-Húngaro no caso de uma eventual guerra mandaram um ultimato ao governo russo para parar a mobilização de tropas dentro de 12 horas, no dia 31. No primeira dia de Agosto o ultimato tinha expirado sem qualquer reação russa. A Alemanha então declarou guerra a ela. Em 2 de Agosto a Alemanha ocupou Luxemburgo, como o passo inicial da invasão à Bélgica e do Plano Schlieffen (que previa a invasão da França e da Rússia). A Alemanha tinha enviado outro ultimato, dessa vez à Bélgica, requisitando a livre passagem do exército alemão rumo à França. Como tal pedido foi recusado, foi-se declarado guerra à Bélgica.
Em 3 de Agosto a Alemanha declarou guerra a França, e no dia seguinte invadiu a Bélgica. Tal ato, violando a soberania belga - que Grã-Bretanha, França e a própria Alemanha estavam comprometidos a garantir fez com que o Império Britânico saísse de sua posição neutra e declarasse guerra à Alemanha em 4 de Agosto.
O início dos confrontos
Algumas das primeiras hostilidades de guerra ocorreram no continente africano e no Oceano Pacífico, nas colônias e territórios das nações européias. Em Agosto de 1914 um combinado da França e do Império Britânico invadiu o protetorado alemão da Togoland, no Togo. Pouco depois, em 10 de Agosto, as forças alemães baseadas na Namíbia atacaram a África do Sul, que pertencia ao Império Britânico. Em 30 de Agosto a Nova Zelândia invadiu a Samoa, da Alemanha; em 11 de Setembro a Força Naval e Expedicionária Australiana desembarcou na ilha de Neu Pommern (mais tarde renomeada Nova Britânia), que fazia parte da chamada Nova Guinéa Alemã. O Japão invadiu as colônias micronésias e o porto alemão de abastecimento de carvão de Qingdao na península chinesa de Shandong. Com isso, em poucos meses, a Tríplice Entente tinha dominado todos os territórios alemães no Pacífico. Batalhas esporádicas, porém, ainda ocorriam na África.

Alianças militares européias em 1915. A Tríplice Aliança está representada em castanho, a Tríplice Entente em cinza e as nações neutras em amarelo
Na Europa, a Alemanha e o Império Austro-Húngaro sofriam de uma mútua falta de comunicação e desconhecimento dos planos de cada exército. A Alemanha tinha garantido o apoio à invasão Austro-Húngara a Sérvia, mas a interpretação prática para cada um dos lados tinha sido diferente. Os líderes do Austro-Húngaros acreditavam que a Alemanha daria cobertura ao flanco setentrional contra a Rússia. A Alemanha, porém, tinha planejado que o Império Austro-Húngaro focasse a maioria de suas tropas na luta contra a Rússia enquanto combatia a França na Frente Ocidental. Tal confusão forçou o exército Austro-Húngaro a dividir suas tropas. Mais da metade das tropas foram combater os russos na fronteira, enquanto um pequeno grupo foi deslocado para invadir e conquistar a Sérvia.
A Batalha Sérvia
O exército sérvio lutou em uma batalha defensiva para conter os invasores austro-húngaros. Os sérvios ocuparam posições defensivas no lado sul do rio Drina. Nas duas primeiras semanas os ataques austro-húngaros foram repelidos causando grandes perdas ao exército da Tríplice Aliança. Essa foi a primeira grande vitória da Tríplice Entente na guerra. As expectativas austro-húngaras de uma vitória fácil e rápida não foram realizadas e como resultado o Império Austro-Húngaro foi obrigado a manter uma grande força na fronteira sérvia, enfraquecendo as tropas que batalhavam contra a Rússia.
Alemanha na Bélgica e França
Após invadir o território belga, o exército alemão logo encontrou resistência na fortificada cidade de Liège. Apesar do exército ter continuado a rápida marcha rumo à França, a invasão gêrmanica tinha provocado a decisião britânica de intervir em ajuda a Tríplice Entente. Como signatário do Tratado de Londres, o Império Britânico estava comprometido a preservar a soberania belga. Para a Grã-Bretanha os portos de Antwerp e Ostend eram importantes demais para cair nas mãos de uma potência continental hostil ao país[9]. Para tanto, enviou um exército para a Bélgica, atrasando o avanço alemão.
Inicialmente os mesmos tiveram uma grande vitória na Batalha das Fronteiras (14 de Agosto a 24 de Agosto, 1914). A Rússia, porém, atacou a Prússia Oriental, o que obrigou o deslocamento das tropas alemãs que estavam planejadas para ir a Frente Ocidental. A Alemanha derrotou a Rússia em uma série de confrontos chamados da Segunda Batalha de Tannenberg (17 de Agosto a 2 de Setembro, 1914). O deslocamento imprevisto para combater os russos, porém, acabou permitindo uma contra-ofensiva em conjunto das forças francesas e inglesas, que conseguiram parar os alemães em seu caminho para Paris, na Primeira Batalha do Marne (Setembro de 1914), forçando o exército alemão a lutar em duas frentes. O mesmo se postou numa posição defensiva dentro da França e conseguiu incapacitar permanentemente 230.000 franceses e britânicos.
Fim da Guerra
A partir de 1917 a situação começou a alterar-se, quer com a entrada em cena de novos meios, como o carro de combate e a aviação militar, quer com a chegada ao teatro de operações europeu das forças norte-americanas ou a substituição de comandantes por outros com nova visão da guerra e das tácticas e estratégias mais adequadas; lançam-se, de um lado e de outro, grandes ofensivas, que causam profundas alterações no desenho da frente, acabando por colocar as tropas alemãs na defensiva e levando por fim à sua derrota. É verdade que a Alemanha adquire ainda algum fôlego quando a revolução estala no Império Russo e o governo bolchevista, chefiado por Lênin, prontamente assina a paz sem condições, assim anulando a frente leste, mas essa circunstância não será suficiente para evitar a derrocada. O armistício que põe fim à guerra é assinado a 11 de Novembro de 1918.