terça-feira, 30 de junho de 2009

WILLIAM STANLEY JEVONS



William Stanley Jevons
(Liverpool, 1 de setembro de 1835Bexhill, 13 de agosto de 1882) foi um economista britânico.
Foi um dos fundadores da Economia Neoclássica e formulador da teoria da utilidade marginal, que imprimiu novo rumo ao pensamento econômico mundial, especialmente no que se refere à questão da determinação do valor, solucionando o paradoxo utilidade na determinação dos valores das coisas (por que o pão, tão útil, é barato, e o brilhante, quase inútil, é caro?) que até então confundia os economistas.
Inicialmente estudou química e botânica, e depois lógica e economia no University College de Londres onde assumiria a cadeira de economia política na University College, até se aposentar (1880) e tornou-se conhecido pela originalidade de suas teorias.
Brilhante escritor, e que teve ampla influência, sua obra capital foi Theory of Political Economy (1871), livro de importância relevante na história do pensamento econômico, em que expôs de forma definitiva a teoria da utilidade marginal, desenvolvida paralelamente por Karl Menger em Viena e Léon Walras na França.
Outros livros importantes seus foram A Serious Fall in the Value of Gold (1863), Jevons lançou The Coal Question (1865). Outros escritos foram reunidos no livro póstumo Investigations on Currency and Finance (1884), em que examina o problema das flutuações econômicas. Defendia o uso da economia matemática, pois a economia lidava com quantidades e formulou a equação de trocas, que estabelecia a igualdade entre a utilidade marginal do item consumido e seu preço.

Estudou as relações entre as necessidades materiais e o estímulo ao trabalho, tendo chegado a conclusões que - embora hoje pareçam curiosas - estavam alinhadas com o mainstream do pensamento econômico liberal e dos marginalistas de sua época:
É evidente que problemas desse tipo dependem muito da índole ou da raça. Pessoas de temperamento enérgico acham o trabalho menos penoso que seus camaradas e, se elas são dotadas de sensibilidade variada e profunda, nunca cessa seu desejo por novas aquisições. Um homem de raça inferior, um negro, por exemplo, aprecia menos as posses e detesta mais o trabalho; seus esforços portanto, param logo. [1]
Morreu em Bexhill, Inglaterra, com apenas 47 anos, vítima de um afogamento acidental. Tinha, também, conhecimentos práticos de Física, Metalurgia e Meteorologia e deixou inacabados um ensaio sobre religião e ciência, um estudo sobre a filosofia de John Stuart Mill e a obra Principles of Economy.

AS ONDAS DE GLOBALIZAÇÃO

ONDAS DE GLOBALIZAÇÃO
No início da primeira onda de globalização, que durou de 1870 a 1914, o mundo era muito mais homogêneo que agora, isto é, era muito mais pobre e agrário. Apesar disso, essa onda industrializou o Norte e desindustrializou o Sul, produzindo uma enorme divergência de renda entre umas e outras nações.

A segunda onda de globalização, que teve início em 1960 e continua ainda hoje, está desindustrializando os países da OCDE e industrializando os chamados países emergentes ou novos países industrializados, produzindo uma convergência de renda entre os dois lados, enquanto o resto do mundo — especialmente a África e parte da Ásia e da América Ibérica — continua agrícola e está se marginalizando em grande velocidade e aumentando sua distância em termos de renda per capita.

Em 1870, a nação mais rica do mundo tinha nove vezes mais de renda per capita do que a mais pobre. Em 1990, a mais rica tinha 45 vezes mais renda per capita do que a mais pobre. Em 1998 a renda per capita dos Estados Unidos medida em termos de poder aquisitivo era superior a US$ 30 mil, a da União Européia, acima de US$ 20 mil, e a da África Subsaariana, inferior a US$ 600. Quer dizer, a renda per capita nos Estados Unidos é 50 vezes superior à da África Subsaariana, e a da Europa, 35 vezes maior. Sendo 100 o índice de partida em 1960, o Sudeste Asiático tinha alcançado uma renda per capital de 450% em 1990. A Ásia Meridional, cerca de 170%; a Europa Central e a Oriental, cerca de 160%; a América Ibérica, cerca de 150%; o Oriente Médio e a África, cerca de 140%; e a África Subsaariana tinha mantido os 100% de partida. Isso permitiu que a renda per capita dos novos países industrializados da Ásia e alguns da América Ibérica se aproximasse da dos países da OCDE, enquanto o restante dos países convergiu para um nível muito inferior. É o que tem sido chamado de convergência 'twin peaks', ou seja, de uma distribuição da renda per capita na forma de montanha passou a outra de duas montanhas, com algumas nações ricas ou recém-industrializadas melhorando e convergindo a um elevado nível e outras pobres piorando e convergindo a um nível muito mais baixo.
Ambos os processos de globalização produziram convergência entre as nações relativamente mais ricas, mas aumentaram a divergência entre estas e as relativamente mais pobres. Sendo assim, o processo foi diferente em cada globalização. A primeira onda de globalização começou com uma renda per capital inicial não muito diferente, e produziu uma forte divergência entre o Norte que se industrializava e o Sul que se desindustrializava. Nesta segunda onda, partindo já de diferenças de renda bem consideráveis, houve uma convergência entre os países emergentes que se têm industrializado e os mais ricos que se têm desindustrializado, mantendo uma forte divergência com o restante.

Quanto ao futuro, as recentes teorias econômicas de crescimento endógeno (Lucas e Romer) e da nova geografia econômica (Krugman) dão uma certa esperança. De acordo com essas teorias, o processo de globalização desta segunda onda é mais convergente, já que está baseado em maior medida no aumento do comércio de idéias e inovações do que no de produtos.

No período de pré-globalização, os custos de transporte são muito elevados e não há quase comércio. Dados os elevados custos de transporte, a pouca indústria existente está dispersa. Quando os custos de transporte começam a cair rapidamente, desencadeiam-se forças centrípetas de aglomeração que fazem com que a indústria comece a se concentrar naqueles países (neste caso, a Inglaterra) que a desenvolvem primeiro. O Norte, que é o primeiro que se industrializa, entra em um círculo virtuoso, se desvincula do Sul e inicia um processo de divergência. Aumenta-se a renda no Norte, o que leva a uma maior capacidade de compra e a um maior mercado, o que, por sua vez, atrai mais investimentos e o ciclo volta a se iniciar, aumentando a divergência, porque o Sul se desindustrializa, a ponto de sua indústria não poder competir com a do Norte.
Nesta segunda onda de globalização, o custo do intercâmbio de idéias e inovações cai muito mais rapidamente do que o do intercâmbio de bens mediante o desenvolvimento das telecomunicações, a situação de centro-periferia segue instável e começam a se desenvolver as forças centrífugas. Muitos países do Sul, os mais estáveis e empreendedores, sobre a base de mão-de-obra barata e o acesso à inovação e à tecnologia do Norte, começam a se industrializar e a convergir com ele. As empresas dos países do Norte investem maciçamente nesses países emergentes do Sul, o Norte começa a se desindustrializar e a se especializar em serviços com alto conteúdo de mão-de-obra qualificada e tecnologia. O caminho da convergência tenderá a ser maior, quanto mais rápido for o intercâmbio de tecnologia, capital e mão-de-obra entre o Norte e o Sul.

E o que acontecerá com os países que ficam desarmados por não ter bases de educação, estabilidade, organização e ânimo empreendedor suficientes? Se queremos que esta nova onda de globalização se consolide, é preciso fazer um esforço solidário mundial para conseguir que esses países também convirjam, investindo bastante neles em capital humano e infra-estruturas e comprando deles suas produções, admitindo muitos dos seus emigrantes. Parte do problema do estancamento de sua renda per capita deve-se ao crescimento excessivo da população, e este aumento deve-se à falta de instrução. Este será o grande desafio da globalização no século 21.

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Revolução Industrial
A partir de 1776, com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e a sua posterior aplicação à produção, uma nova concepção de trabalho veio modificar completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que, num lapso de aproximadamente um século, foram maiores do que as mudanças havidas no milênio anterior. É o período chamado de Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e rapidamente se alastrou por todo o mundo civilizado.
A Revolução Industrial pode ser dividida em duas épocas bem distintas: 1 - 1780 a 1860: 1ª Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro. 2 - 1860 a 1914: 2ª Revolução Industrial ou revolução do aço e da eletricidade.Embora tenha se iniciado a partir de 1780, a Revolução Industrial não adquiriu todo o seu ímpeto antes do século XIX. Ela surgiu como uma bola de neve em aceleração crescente. A 1ª Revolução Industrial pode ser dividida em quatro fases: 1ª fase: a mecanização da indústria e da agricultura, nos fins do século XVIII, com o aparecimento da máquina de fiar (inventada pelo inglês Hargreaves em 1767), do tear hidráulico (inventado por Arkwright em 1769), do tear mecânico (por Cartwright em 1785), do descaroçador de algodão (por Whitney em 1792), que vieram substituir o trabalho braçal e a força motriz muscular humana, animal ou ainda da roda de água. Eram máquinas grandes e pesadas, mas com incrível superioridade sobre os processes manuais de produção da época. O descaroçador de algodão tinha capacidade para trabalhar mil libras de algodão enquanto, no mesmo tempo, um escravo conseguia trabalhar cinco. 2ª fase: a aplicação da força motriz à indústria. A força elástica do vapor descoberta por Dénis Papin, no século XVII, ficou sem aplicação até 1776, quando Watt inventou a máquina a vapor. Com a aplicação do vapor às máquinas, iniciam-se as grandes transformações nas oficinas, que se converteram em fábricas, nos transportes, nas comunicações e na agricultura.3ª Fase: o desenvolvimento do sistema fabril. O artesão e a sua pequena oficina patronal desapareceram para dar lugar ao operário e às fábricas e às usinas, baseadas na divisão do trabalho. Surgem novas indústrias em detrimento da atividade rural. A migração de massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das fábricas provoca o crescimento das populações urbanas, com o surgimento de favelas, redução das condições de saúde e, conseqüentemente, o aumento da mortalidade.4ª fase: um espetacular aceleramento dos transportes e das comunicações. A navegação a vapor surgiu com Robert Fulton (1807) nos Estados Unidos e logo depois as rodas propulsoras foram substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada por Stephenson, surgindo a primeira estrada de ferro na Inglaterra (1825) e logo depois nos Estados Unidos (1829). Esse novo meio de transporte propagou-se vertiginosamente. Outros meios de comunicações foram aparecendo com uma rapidez surpreendente: Morse inventa o telégrafo elétrico (1835), surge o selo postal na Inglaterra (1840), Graham Bell inventa o telefone (1876). Já se esboçam os primeiro sintomas do enorme desenvolvimento econômico, social, tecnológico e industrial e as profundas transformações e mudanças que ocorreriam com uma velocidade gradativamente maior.Com todos esses aspectos define-se cada vez mais um considerável controle capitalista sobre quase todos os ramos da atividade econômica.A partir de 1860, a Revolução Industrial entrou em uma nova fase profundamente diferente da I Revolução Industrial. É a chamada 2ª Revolução Industrial, provocada por três acontecimentos importantes:
- desenvolvimento de novo processo de fabricação de aço (1856);- aperfeiçoamento do dínamo (1873);
- invenção do motor de combustão interna (1873) por Daimler.As principais características da 2ª Revolução Industrial são as seguintes:1. A substituição do ferro pelo aço como material industrial básico.2. A substituição do vapor pela eletricidade e pelos derivados de petróleo como principais fontes de energia.3. O desenvolvimento da maquinaria automática e um alto grau de especialização do trabalho.4. O crescente domínio da indústria pela ciência.5. Transformações radicais nos transportes e nas comunicações. As vias férreas são melhoradas e ampliadas. A partir de 1880, Daimler e Benz constroem automóveis na Alemanha, Dunlop aperfeiçoa o pneumático em 1888 e Henry Ford inicia a produção do seu modelo "T" em 1908, nos Estados Unidos. Em 1906,
Santos Dumont faz a primeira experiência com o avião.6. O desenvolvimento de novas formas de organização capitalista. As firmas de sócios solidários, formas típicas de organização comercial, cujo capital provinha dos lucros auferidos (capitalismo industrial), e que tomavam porte ativa na direção dos negócios, deram lugar ao chamado capitalismo financeiro, que tem quatro características principais:a) a dominação da indústria pelos investimentos bancários e pelas instituições financeiras e de crédito, como foi o caso da formação da United States Steel Corporation, em 1901, pela J. P. Morgan & Co.;b) a formação de imensas acumulações de capital, provenientes de trustes e fusões de empresas;c) a separação entre a propriedade particular e a direção das empresas;d) o desenvolvimento das “holding companies”.7. A expansão da industrialização até a Europa Central e Oriental, e até o Extremo Oriente.Da calma produção do artesanato, em que os operários eram, organizados em corporações de ofício regidas por estatutos, onde todos se conheciam, em que o aprendiz, para passar a mestre, tinha de produzir uma obra perfeita perante os irmãos de ofício, que eram as autoridades da corporação, passou o homem rapidamente para o regime da produção feita por meio de máquinas, dentro de grandes fábricas. Não houve uma gradativa adaptação entre as duas situações sociais. Houve, isto sim, uma súbita modificação de situação, provocada por dois aspectos:1. A transferência da habilidade do artesão para a máquina, que passou a produzir com maior rapidez, maior quantidade e melhor qualidade, possibilitando uma redução no custo da produção.2. A substituição da força do animal ou do ser humano pela maior potência da máquina a vapor (e posteriormente pelo motor), que permitia maior produção e economia.Os proprietários de oficinas, que não estavam em condições financeiras de adquirir máquinas e maquinizar a sua produção, foram obrigados, por força da concorrência, a trabalhar para outros proprietários de oficinas que possuíam a maquinaria necessária. Esse fenômeno da maquinização das oficinas - rápido e intenso - provocou uma série de fusões de pequenas oficinas que passaram a integrar outras maiores que, aos poucos, foram crescendo e se transformando em fábricas.Esse crescimento foi acelerado graças ao abaixamento dos custos de produção que propiciou preços competitivos e um alargamento do mercado consumidor da época. Isso aumentou a demanda de produtos e, ao contrário do que se previa na ocasião, as máquinas não substituíram totalmente o homem, mas deram-lhe melhores condições de produção. O homem foi substituído pela máquina naquelas tarefas em que se podia automatizar e acelerar pela repetição. Com o aumento dos mercados, decorrente da popularização dos preços, as fábricas passaram a exigir grandes contingentes humanos. Aumentou a necessidade de volume e de qualidade dos recursos humanos. A mecanização do trabalho levou à divisão do trabalho e à simplificação das operações, fazendo com que os ofícios tradicionais fossem substituídos por tarefas semi-automatizadas e repetitivas, que podiam ser executadas com facilidade por pessoas sem nenhuma qualificação e com enorme simplicidade de controle. A unidade doméstica de produção, ou seja, a oficina, o artesanato em família, desapareceu com a súbita e violenta competição, surgindo dai uma pluralidade de operários e de máquinas nas fábricas. Com a concentração de indústrias e fusão das pequenas oficinas alimentadas pelo fenômeno da competição, grandes contingentes de operários passaram a trabalhar juntos, durante as jornadas diárias de trabalho, que se estendiam por 12 ou 13 horas de labor, dentro de condições ambientais perigosas e insalubres, provocando acidentes e doenças em larga escala. O crescimento industrial era improvisado e totalmente baseado no empirismo, uma vez que a situação era totalmente nova e desconhecida. Ao mesmo tempo em que intensa migração de mão-de-obra se desenvolvia dos campos agrícolas para os centros industriais, surge um surto acelerado de urbanização, também sem nenhum planejamento ou orientação. Ao mesmo tempo em que o capitalismo se consolida, cresce o volume de uma nova classe social: o proletariado. As transações se multiplicam e a demanda de mão-de-obra nas minas, nas usinas siderúrgicas e nas fábricas aumenta substancialmente. Com isso, os proprietários passam a enfrentar os novos problemas de gerência, improvisando suas decisões e sofrendo os erros de administração ou de uma nascente tecnologia. Obviamente esses erros, em muitos casos, eram cobertos pela mínima paga aos trabalhadores, cujos salários eram baixíssimos. A par do baixo padrão de vida, da promiscuidade nas fábricas e dos tremendos riscos de graves acidentes, o longo período de trabalho em conjunto permitia uma interação mais estreita entre os trabalhadores e uma crescente conscientização da precariedade de suas condições de vida e de trabalho e da intensa exploração por uma classe social economicamente melhor favorecida. As primeiras tensões entre a classe operária e os proprietários de indústrias não tardaram a aparecer. Os próprios Estados passaram a intervir em alguns aspectos das relações entre operários e fábricas, baixando algumas leis trabalhistas. Em 1802, o governo inglês sanciona uma lei protegendo a saúde dos trabalhadores nas indústrias têxteis. A fiscalização do cumprimento dessa lei era feita voluntariamente pelos pastores protestantes e juizes locais. Outras leis esparsas são impostas aos poucos, na medida em que os problemas vão se agravando.Com a nova tecnologia dos processos de produção e da construção e funcionamento das máquinas, com a crescente legislação que procura defender e proteger a saúde e a integridade física do trabalhador e, conseqüentemente, da coletividade, a administração e a gerência das empresas industriais passaram a ser a preocupação permanente dos seus proprietários. A prática foi lentamente ajudando a selecionar idéias e métodos empíricos. Ao invés de pequenos grupos de aprendizes e artesãos dirigidos por mestres habilitados, o problema agora era o de dirigir batalhões de operários da nova classe proletária que se criou. Ao invés de instrumentos rudimentares de trabalho manual, o problema era o de operar máquinas, cuja complexidade aumentava. Os produtos passaram a ser elaborados em operações parciais que se sucediam, cada uma delas entregue a um grupo de operários especializados em tarefas específicas, estranhos quase sempre às demais outras operações, ignorando até a finalidade da peça ou da tarefa que estavam executando. Essa nova situação contribuiu para apagar da mente do operário o veículo social mais intenso, ou seja, o sentimento de estar produzindo e contribuindo para o bem da sociedade. O capitalista passou a distanciar-se dos seus operários e a considerá-los uma enorme massa anônima, ao mesmo tempo em que os agrupamentos sociais, mais condensados nas empresas, geravam problemas sociais e reivindicativos, ao lado de outros problemas de rendimento do trabalho e do equipamento que necessitavam de uma rápida e adequada solução. A principal preocupação dos empresários se fixava logicamente na melhoria dos aspectos mecânicos e tecnológicos da produção, com o objetivo de produzir quantidades maiores de produtos melhores e de menor custo. A gestão do pessoal e a coordenação do esforço produtivo eram aspectos de pouca ou nenhuma importância. Assim, a Revolução Industrial, embora tenha provocado uma profunda modificação na estrutura empresarial e econômica da época, não chegou a influenciar diretamente os princípios de administração das empresas então utilizados. Os dirigentes de empresas simplesmente trataram de cuidar como podiam ou como sabiam das demandas de uma economia em rápida expansão e carente de especialização. Alguns empresários baseavam as suas decisões em modelos as organizações militares ou eclesiásticas bem-sucedidas nos séculos anteriores.A utilização capitalista das máquinas no sistema fabril intensifica o caráter social do trabalho, implicando em:a) ritmos rígidos;b) normas de comportamento estritas;c) maior interdependência mútua.A máquina impõe como absolutamente necessário o caráter cooperativo do trabalho, a necessidade de uma regulação social. Porém, o uso capitalista das máquinas leva a uma direção autoritária, à regulamentação administrativa sobre o operário, tendo em vista a extorsão da mais-valia pelos membros do quadro administrativo, executivos, diretores, supervisores, capatazes. Os patrões conseguem fazer passar por simples regulamentação social o que na realidade é o seu código autoritário. Direção autoritária é objetivo capitalista que, pela chamada "racionalização do trabalho" e controle do comportamento do operário, define as garantias da cooperação. Para obter cooperação na indústria, as funções diretivas transformam-se de normas de controle em normas de repressão.A principal conseqüência disto tudo é que a organização e a empresa modernas nasceram com a Revolução Industrial, graças a um grande número de fatores, dentre os quais podemos destacar principalmente:a) a ruptura das estruturas corporativas da Idade Média;b) o avanço tecnológico, graças às aplicações dos progressos científicos à produção, com a descoberta de novas formas de energia e a possibilidade de uma enorme ampliação de mercados;c) a substituição do trabalho artesanal pelo trabalho de tipo industrial.

LEON WALRAS

LEON WALRAS

Economista francês, nascido em 1834 e falecido em 1910, é conhecido a nível da teoria económica pelos importantes contributos que deixou na análise do conceito de utilidade marginal e do equilíbrio geral de uma economia.Filho de um economista (Auguste Walras), o seu percurso profissional foi extremamente variado, incluindo nomeadamente profissão como jornalista, professor, empregado dos caminhos-de-ferro, director bancário e romancista. A etapa mais importante da sua carreira profissional foi, no entanto, como professor de Economia na Universidade de Lausanne, na Suíça, qualidade na qual desenvolveu a maioria dos seus estudos.A forte utilização da matemática nos seus estudos foi um traço marcante de Walras, facto que fez com que tenha ficado conhecido, juntamente com Vilfredo Pareto, também professor na Universidade de Lausanne, como fundador da escola matemática da Economia.Walras é também considerado um marginalista, na medida em que utilizou e desenvolveu nos seus estudos o conceito de utilidade marginal como fonte do valor dos bens e serviços de uma economia. O seu trabalho a este nível foi mais ou menos simultâneo com os de William Stanley Jevons e Carl Menger.No entanto, aquele que é considerado como principal contributo de Walras para a ciência económica é o seu trabalho ao nível da teoria do equilíbrio geral, ou seja, da forma como uma determinada economia na qual existe uma multiplicidade de bens pode atingir o equilíbrio geral. Embora não totalmente coroado de sucesso, os estudos de Walras a este nível partiram da criação de um sistema de equações simultâneas, em que o número de equações era igual ao de variáveis desconhecidas. Resolvido o sistema, obter-se-ia os valores das quantidades e preços de equilíbrio. A determinação individual da quantidade e do preço foi um dos maiores contributos do raciocínio de Walras.Walras ficou ainda conhecido pela definição de um processo mais prático para que um determinado mercado pudesse atingir o equilíbrio, tendo em conta que o equilíbrio geral conforme delimitado matematicamente poderia não ser exequível. Denominou o referido processo de "tâtonnement" (tactear), descrevendo-o como a sequência em que um preço era anunciado, provocando o surgimento de propostas por parte dos intervenientes que, pela sua interacção, fariam com que se atingisse um preço de equilíbrio.A sua principal obra foi Élements d'Économie Politique Pure, publicada em 1903, e que contém uma versão simplificada dos seus estudos realizados anteriormente (na última década do século XIX).

SITES CONSULTADOS

http://www.infopedia.pt/$leon-walras

http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9on_Walras

CARL MENGER


CARL MENGER
(Nova Sandec, 23 de fevereiro de 1840 — Viena, 27 de fevereiro de 1921) foi um economista austríaco, fundador da escola austríaca. Desenvolveu uma teoria subjetiva do valor, a teoria da utilidade marginal, ligando-a à satisfação dos desejos humanos, e que refutou a teoria do valor-trabalho, desenvolvida pelos economistas clássicos Adam Smith e David Ricardo.
Vida
Menger nasceu a 28 de fevereiro de 1840 em Nova Sandec, na Galícia, território atualmente pertencente a Polônia. Seu pai era advogado e provinha de uma antiga família austríaca de artesãos, músicos, funcionários públicos e militares, a qual somente uma geração antes emigrara dos territórios alemães da Boêmia para as províncias do leste. Seu avô materno, comerciante da Boêmia que durante as guerras napoleônicas adquirira patrimônio considerável, comprara uma grande propriedade agrícola na Galícia ocidental. Foi ali que Carl Menger passou grande parte de sua juventude, presenciando, antes de 1848, ainda a fase final da servidão camponesa, que nessa região da Austria se conservou durante mais tempo do que em qualquer outra parte da Europa, exceto a Rússia. Juntamente com seus irmãos - Anton, que mais tarde escreveu sobre Direito e Socialismo, foi renomado autor do livro Das Recht auf den vollen Arbeitsertrag (O Direito à Plena Remuneração do Trabalho) e seu colega na Faculdade de Direito da Universidade de Viena, e Max, seu outro irmão, na época um conhecido parlamentar que escreveu sobre problemas sociais - Carl estudou nas Universidades de Viena (1859-1860) e Praga (1860-1863). Depois de seu doutoramento em Cracóvia, atuou primeiro como jornalista, escrevendo para os jornais - em Lemberg, e mais tarde em Viena - sobre assuntos diversos, mas nunca referentes apenas à Economia. Após alguns anos, entrou para o funcionalismo público administrativo no Departamento de Imprensa do Conselho de Ministros, ocupando o cargo que sempre representou uma posição especial no serviço público da Áustria e atraiu muitos homens de talento.
Wieser conta que Menger um dia lhe relatou caber-lhe, entre outras coisas, a tarefa de escrever para um orgão oficial, a Wiener Zeitung, resenhas sobre a situação do mercado e que, ao estudar os relatório de mercado, se deu conta do marcante contraste existente entre as teorias tradicionais sobre os preços e os fatos que pessoas de experiência prática consideravam decisivos para a determinação dos preços. Não sabemos se foi essa razão original que levou Menger a dedicar-se ao estudo do problema da determinação dos preços, ou se - o que é mais provável - essa circunstância apenas imprimiu nova orientação aos estudos que já vinha fazendo desde os tempos de universidade. Entretanto, é difícil pôr em dúvida que de 1867/1868 até a data de publicação dos Princípios de Economia Política ele tenha trabalhado intensivamente na solução desses problemas e tenha protelado a publicação até o momento em que o sistema, como teoria, lhe parecera plenamente elaborado.

Princípios de Economia Política
Segundo se conta, Menger teria dito uma vez que escrevera os Princípios em um estado de excitação doentia. Dificilmente isso significa que sua obra seja o resultado de uma inspiração repentina, e que tenha sido planejada e escrita com grande pressa. Poucos são os livros que passaram por uma preparação mais cuidadosa do que esse, e raramente qualquer esboço de idéia foi planejado e seguido mais conscienciosamente em todas suas ramificações e detalhes. O pequeno volume editado na primavera de 1871 fora projetado de início como parte introdutória de uma obra mais extensa. Menger tratava as questões fundamentais, com relação a cuja solução não concordava com a opinião vigente, com a devida minuciosidade capaz de dar-lhe a certeza de estar construindo em terreno absolutamente seguro. Problemas tratados nessa "primeira parte, de natureza geral" (como se lê na página em que figura o título da obra): condições que levam à ação econômica, valor de troca, preços e dinheiro. Com base em anotações manuscritas de Menger - referidas por seu filho, após mais de 50 anos, na introdução à segunda edição - sabemos que a segunda parte da obra deveria tratar de juros, salários, renda, receita, crédito e papel-moeda", enquanto a terceira parte "aplicada" deveria tratar da teoria da produção e do comércio, e a quarta parte estaria destinada a crítica do sistema econômico vigente e à discussão de sugestões para a reforma econômica.
Seu objetivo primordial, como está expresso no Prólogo do Autor, era desenvolver uma teoria homogênea sobre o preço, capaz de explicar todos os fenômenos relativos a preços e, sobretudo, a juros, salário e renda, com base em um enfoque unitário. Todavia, mais da metade do volume se ocupa com assuntos que só preparam o caminho para essa tarefa principal que imprimiu à nova Escola sua característica peculiar, ou seja, a concepção de valor, em seu sentido subjetivo e pessoal. E a esse ponto ele só chega após revisão profunda dos conceitos fundamentais que se impõem ao trabalho de análise dos fenômenos da vida econômica.
SITES CONSULTADOS

segunda-feira, 29 de junho de 2009

KARL MARX


KARL MARX

Economista, filósofo e socialista alemão, Karl Marx nasceu em Trier em 5 de Maio de 1818 e morreu em Londres a 14 de Março de 1883. Estudou na universidade de Berlim, principalmente a filosofia hegeliana, e formou-se em Iena, em 1841, com a tese Sobre as diferenças da filosofia da natureza de Demócrito e de Epicuro. Em 1842 assumiu a chefia da redação do Jornal Renano em Colônia, onde seus artigos radical-democratas irritaram as autoridades. Em 1843, mudou-se para Paris, editando em 1844 o primeiro volume dos Anais Germânico-Franceses, órgão principal dos hegelianos da esquerda. Entretanto, rompeu logo com os líderes deste movimento, Bruno Bauer e Ruge.
Em 1844, conheceu em Paris Friedrich Engels, começo de uma amizade íntima durante a vida toda. Foi, no ano seguinte, expulso da França, radicando-se em Bruxelas e participando de organizações clandestinas de operários e exilados. Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução, em 24 de fevereiro de 1848, Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista. Voltou para Paris, mas assumiu logo a chefia do Novo Jornal Renano em colônia, primeiro jornal diário francamente socialista.
Depois da derrota de todos os movimentos revolucionários na Europa e o fechamento do jornal, cujos redatores foram denunciados e processados, Marx foi para Paris e daí expulso, para Londres, onde fixou residência. Em Londres, dedicou-se a vastos estudos econômicos e históricos, sendo freqüentador assíduo da sala de leituras do British Museum. Escrevia artigos para jornais norte-americanos, sobre política exterior, mas sua situação material esteve sempre muito precária. Foi generosamente ajudado por Engels, que vivia em Manchester em boas condições financeiras.
Em 1864, Marx foi co-fundador da Associação Internacional dos Operários, depois chamada I Internacional, desempenhando dominante papel de direção. Em 1867 publicou o primeiro volume da sua obra principal, O Capital. Dentro da I Internacional encontrou Marx a oposição tenaz dos anarquistas, liderados por Bakunin, e em 1872, no Congresso de Haia, a associação foi praticamente dissolvida. Em compensação, Marx podia patrocinar a fundação, em 1875, do Partido Social-Democrático alemão, que foi, porém, logo depois, proibido. Não viveu bastante para assistir às vitórias eleitorais deste partido e de outros agrupamentos socialistas da Europa.

Primeiros trabalhos:
Entre os primeiros trabalhos de Marx, foi antigamente considerado como o mais importante o artigo Sobre a crítica da Filosofia do direito de Hegel, em 1844, primeiro esboço da interpretação materialista da dialética hegeliana. Só em 1932 foram descobertos e editados em Moscou os Manuscritos Econômico-Filosóficos, redigidos em 1844 e deixa-os inacabados. É o esboço de um socialismo humanista, que se preocupa principalmente com a alienação do homem; sobre a compatibilidade ou não deste humanismo com o marxismo posterior, a discussão não está encerrada. Em 1888 publicou Engels as Teses sobre Feuerbach, redigidas por Marx em 1845, rejeitando o materialismo teórico e reivindicando uma filosofia que, em vez de só interpretar o mundo, também o modificaria.

Marx e Engels escreveram juntos em 1845 A Sagrada Família, contra o hegeliano Bruno Bauer e seus irmãos. Também foi obra comum A Ideologia alemã (1845-46), que por motivo de censura não pôde ser publicada (edição completa só em 1932); é a exposição da filosofia marxista. Marx sozinho escreveu A Miséria da Filosofia (1847), a polêmica veemente contra o anarquista francês Proudhon. A última obra comum de Marx e Engels foi em 1847 O Manifesto Comunista, breve resumo do materialismo histórico e apelo à revolução.
O 18 Brumário de Luís Bonaparte foi publicado em 1852 em jornais e em 1869 como livro. É a primeira interpretação de um acontecimento histórico no caso o golpe de Estado de Napoleão III, pela teoria do materialismo histórico. Entre os escritos seguintes de Marx Sobre a crítica da economia política em 1859 é, embora breve, também uma crítica da civilização moderna, escrito de transição entre o manuscrito de 1844 e as obras posteriores. A significação dessa posição só foi esclarecida pela publicação (em Moscou, 1939-41, e em Berlim, 1953) de mais uma obra inédita: Esboço de crítica da economia política, escritos em Londres entre 1851 e 1858 e depois deixados sem acabamento final.
Em 1867 publicou Marx o primeiro volume de sua obra mais importante: O Capital. É um livro principalmente econômico, resultado dos estudos no British Museum, tratando da teoria do valor, da mais-valia, da acumulação do capital etc. Marx reuniu documentação imensa para continuar esse volume, mas não chegou a publicá-lo. Os volumes II e III de O Capital foram editados por Engels, em 1885 e em 1894. Outros textos foram publicados por Karl Kautsky como volume IV (1904-10).

"Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Sua verdadeira missão na vida era contribuir, de um modo ou de outro, para a derrubada da sociedade capitalista e das instituições estatais por esta suscitadas, contribuir para a libertação do proletariado moderno, que ele foi o primeiro a tornar consciente de sua posição e de suas necessidades, consciente das condições de sua emancipação. A luta era seu elemento. E ele lutou com uma tenacidade e um sucesso com quem poucos puderam rivalizar. (...) Como conseqüência, Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado de seu tempo. Governos, tanto absolutistas como republicanos, deportaram-no de seus territórios. Burgueses, quer conservadores ou ultrademocráticos, porfiavam entre si ao lançar difamações contra ele. Tudo isso ele punha de lado, como se fossem teias de aranha, não tomando conhecimento, só respondendo quando necessidade extrema o compelia a tal. E morreu amado, reverenciado e pranteado por milhões de colegas trabalhadores revolucionários - das minas da Sibéria até a Califórnia, de todas as partes da Europa e da América - e atrevo-me a dizer que, embora, muito embora, possa ter tido muitos adversários, não teve nenhum inimigo pessoal. "

Críticas

A crítica ao pensamento de Marx iniciou-se desde a publicação de suas primeiras obras e prossegue - principalmente entre seus seguidores e intelectuais preocupados em conhecer, desenvolver e discutir a atualidade de suas idéias.
Em Miséria do historicismo (1935, 1944), Karl Popper discorda de Marx quanto à história ser regida por leis que, se compreendidas, podem servir para se antecipar o futuro. Segundo Popper, a história não pode obedecer a leis e a idéia de "lei histórica" é uma contradição em si mesma. Já em A sociedade aberta e seus inimigos (1945), Popper afirma que o historicismo conduz necessariamente a uma sociedade "tribal" e "fechada", com total desprezo pelas liberdades individuais.
Todavia há dúvidas se Marx teria realmente baseado sua teoria em um "historicismo", nos termos colocados por Popper. Argumenta-se que Marx, seguindo uma tradição inaugurada por Maquiavel e Hobbes, busca nos interesses e necessidades concretas dos indivíduos, ao longo da História, a causa fundamental das ações humanas - em oposição às idéias políticas e morais abstratas. Ele não parece supor que esta busca de realização de interesses tenha conseqüências predeterminadas. Tal interpretação, provavelmente influenciada pelo evolucionismo darwinista, na exegese póstuma do pensamento marxiano, é creditada ao "papa" da Social-Democracia alemã, Karl Kautsky, no final do século XIX. A interpretação kautskista seria contestada, de várias formas, por Bernstein, Rosa Luxemburgo, Lenin, Trotsky e Gramsci, entre outros.
Popper considera Marx como "não-científico" também porque sua teoria não é passível de contestação. Uma teoria científica tem que ser falseável - caso contrário, é incluída no campo das crenças ou ideologias. Resta saber, é claro, se afirmações sobre fatos históricos, necessariamente únicos, podem ser, nos termos de Popper, falsificáveis.
Ludwig von Mises, em "Ação Humana – um tratado de Economia" (1949), demonstrou a impossibilidade de se organizar uma economia nos moldes socialistas, pela ausência do sistema de preços, que funciona como sinalizador aos empreendedores acerca das necessidades dos consumidores. Mises também refinou argumentos formulados por Eugen von Böhm-Bawerk na obra "Marxism Unmasked: From Delusion to Destruction".
Raymond Aron, em O ópio dos intelectuais, (1955) criticou de forma agressiva os intelectuais seguidores de Marx e condenou a teoria da revolução e o determinismo histórico.
Eric Voegelin talvez seja um dos críticos mais severos de Karl Marx. No seu livro “Reflexões Autobiográficas” relata que, induzido pela onda de interesse sobre a Revolução Russa de 1917, estudou “O Capital” de Marx e foi marxista entre agosto e dezembro de 1919. Porém, durante seu curso universitário, ao estudar disciplinas de teoria econômica e história da teoria econômica aprendera o que estava errado em Marx.
Voegelin afirma que Marx comete uma grave distorção ao escrever sobre Hegel. Como prova de sua afirmação cita os editores dos Frühschiften [Escritos de Juventude] de Karl Marx (Kröner, 1955), especialmente Siegfried Landshut, que dizem o seguinte sobre o estudo feito por Marx da “Filosofia do Direito” de Hegel:
“Ao equivocar-se deliberadamente sobre Hegel, se nos é dado falar desta maneira, Marx transforma todos os conceitos que Hegel concebeu como predicados da idéia em anunciados sobre fatos”.
Para Voegelin, ao equivocar-se deliberadamente sobre Hegel, Marx pretendia sustentar uma ideologia que lhe permitisse apoiar a violência contra seres humanos afetando indignação moral e, por isso, Voegelin considera Karl Marx um mistificador deliberado. Afirma que o charlatanismo de Marx reside também na terminante recusa de dialogar com o argumento etiológico de Aristóteles. Argumenta que, embora tenha recebido uma excelente formação filosófica, Marx sabia que o problema da etiologia na existência humana era central para uma filosofia do homem e que, se quisesse destruir a humanidade do homem fazendo dele um “homem socialista”, Marx precisava repelir a todo custo o argumento etiológico.
Segundo Voegelin, Marx e Engels enunciam um disparate ao iniciarem o Manifesto Comunista com a afirmação categórica de que toda a história social até o presente foi a história da luta de classes. Eles sabiam, desde o colégio, que outras lutas existiram na história, como as Guerras Médicas, as conquistas de Alexandre, a Guerra do Peloponeso, as Guerras Púnicas e a expansão do Império Romano, as quais decididamente nada tiveram de luta de classes.
Voegelin diz que Marx levanta questões que são impossíveis de serem resolvidas pelo "homem socialista". Também alega que Marx conduz a uma realidade alternativa, a qual não tem necessariamente nenhum vínculo com a realidade objetiva do sujeito. Segundo Voeglin, quando a realidade entra em conflito com Marx, ele descarta a realidade.
Finalmente, uma questão de ordem prática, iniciada décadas atrás, foi suscitada pelo stalinismo, notadamente os expurgos, os gulags e o genocídio na antiga União Soviética, que tiveram grande repercusão sobre o pensamento marxista europeu e os partidos comunistas ocidentais. Discutia-se até que ponto Marx poderia ser responsabilizado pelas diferentes "leituras" de sua obra (e respectivos efeitos colaterais) ou se tais práticas seriam resultantes de uma visão deturpada das idéias marxianas. Com o final da guerra fria, o debate tornou-se menos polarizado. Todavia a discusão acerca do futuro do capitalismo - ou da Humanidade - prossegue.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

AS CONFERÊNCIAS DE BRETTON WOODS

AS CONFERÊNCIAS DE BRETTON WOODS

Definindo o Sistema Bretton Woods de gerenciamento econômico internacional, estabeleceram em Julho de 1944 as regras para as relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do mundo. O sistema Bretton Woods foi o primeiro exemplo, na história mundial, de uma ordem monetária totalmente negociada, tendo como objetivo governar as relações monetárias entre Nações-Estado independentes.
Preparando-se para reconstruir o
capitalismo mundial enquanto a Segunda Guerra Mundial ainda grassava, 730 delegados de todas as 44 nações aliadas encontraram-se no Mount Washington Hotel, em Bretton Woods, New Hampshire, para a Conferência monetária e financeira das Nações Unidas. Os delegados deliberaram e finalmente assinaram o Acordo de Bretton Woods (Bretton Woods Agreement) durante as primeiras três semanas de julho de 1944.

OS ACORDOS
Definindo um sistema de regras, instituições e procedimentos para regular a política econômica internacional, os planificadores de Bretton Woods estabeleceram o
Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (International Bank for Reconstruction and Development, ou BIRD) (mais tarde dividido entre o Banco Mundial e o "Banco para investimentos internacionais") e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Essas organizações tornaram-se operacionais em 1946, depois que um número suficiente de países ratificou o acordo.
As principais disposições do sistema Bretton Woods foram, primeiramente, a obrigação de cada país adotar uma
política monetária que mantivesse a taxa de câmbio de suas moedas dentro de um determinado valor indexado ao dólar —mais ou menos um por cento— cujo valor, por sua vez, estaria ligado ao ouro numa base fixa de 35 dólares por onça Troy, e em segundo lugar, a provisão pelo FMI de financiamento para suportar dificuldades temporárias de pagamento. Em 1971, diante de pressões crescentes na demanda global por ouro, Richard Nixon, então presidente dos Estados Unidos, suspendeu unilateralmente o sistema de Bretton Woods, cancelando a conversibilidade direta do dólar em ouro.

AS ORIGENS DO SISTEMA BRETTON WOODS
As bases políticas do sistema Bretton Woods podem ser encontradas na confluência de várias condições principais: as experiências comuns da Grande Depressão, a concentração de poder em um pequeno número de Estados e a presença de uma potência dominante querendo (e capaz de) assumir um papel de liderança.

AS EXPERIÊNCIAS DA GRANDE DEPRESSÃO
Um alto nível de concordância entre os países sobre as metas e meios do gerenciamento econômico internacional facilitou em muito as decisões tomadas pela Conferência de Bretton Woods. A fundação daquele acordo foi uma crença comum no
Capitalismo intervencionista. Apesar de os países desenvolvidos diferirem quanto ao tipo de intervenções que preferiam para suas economias nacionais (a França, por exemplo, preferia um maior planejamento e intervenção estatal, enquanto os Estados Unidos eram favoráveis a uma intervenção estatal mais limitada), todos, no entanto, baseavam-se predominantemente em mecanismos de mercado e na noção de propriedade privada.
Assim, foram as semelhanças, mais do que as diferenças, que foram postas em evidência. Todos os governos participantes de Bretton Woods concordavam que o caos monetário do período entre-guerras forneceu valiosas lições.
A experiência da Grande Depressão, quando a proliferação de controles e barreiras de comércio levaram ao desastre econômico, estava fresca na memória dos participantes. Os conferencistas esperavam evitar a repetição da debandada dos
anos 30, quando os controles das trocas minaram o sistema internacional de pagamentos, base do comércio mundial. A política de "beggar-thy-neighbor" ("empobrece teu vizinho") dos governos dos anos 30—usando tarifas alfandegárias a fim de aumentar a competitividade de seus produtos de exportação e, assim, reduzir os déficits da balança de pagamentos—ocasionaram espirais deflacionárias que resultaram na diminuição da produção, desemprego em massa e declínio generalizado do comércio mundial. O comércio nos anos 30 ficou restrito a blocos monetários (grupos de nações que empregavam uma moeda equivalente, como o bloco da "Libra esterlina" do Império Britânico). Esses blocos retardaram o fluxo internacional de capitais e as oportunidades de investimentos estrangeiros. Apesar de esta estratégia tender a aumentar o dinheiro arrecadado pelo governo a curto prazo, ela piorou drasticamente a situação a médio e longo prazo.
Assim, para a economia internacional, todos os planificadores de Bretton Woods favoreceram um sistema relativamente liberal, um sistema que se baseasse primeiramente no mercado, com um mínimo de barreiras ao fluxo de comércio e capital privados. Apesar de não estarem inteiramente de acordo sobre a maneira de pôr em prática esse sistema liberal, todos concordavam com um sistema aberto.

SEGURANÇA ECONÔMICA
Também com base nas experiências do período entre-guerras, os planificadores estadunidenses desenvolveram um conceito de segurança econômica—que um sistema econômico liberal internacional aumentaria as possibilidades de paz no pós-guerra. Um dos que viram tal segurança foi
Cordell Hull, o secretário de Estado dos Estados Unidos de 1933 a 1944.[1] Hull acreditava que as causas fundamentais das duas guerras mundiais estavam na discriminação econômica e guerras comerciais. Especificamente, ele tinha em mente acordos bilaterais de controle de comércio e trocas da Alemanha Nazi e o sistema de preferência imperial praticado pelo Reino Unido (pelo qual membros ou antigos membros do Império britânico beneficiavam de um status comercial especial). Hull argumentava que:
Comércio sem obstáculos associado com paz; altas tarifas, barreiras comerciais e competição econômica injusta, com guerra... se conseguíssemos tornar o comércio mais livre... mais livre no sentido de menos discriminações e obstruções... de tal modo que um país não ficaria mortalmente invejoso de outro e os padrões de vida de todos os países pudessem crescer, eliminando com isso a insatisfação econômica que alimenta a guerra, teríamos uma chance razoável de paz durável.
[2]

O SURGIMENTO DO INTERVENCIONISMO GOVERNAMENTAL
Os países desenvolvidos também concordaram que o sistema econômico liberal internacional requeria intervencionismo do governo. Após a Grande Depressão, a administração pública da economia emergiu como uma atividade primeira dos governos de Estados desenvolvidos: emprego, estabilidade e crescimento eram então assuntos importantes da política pública. Com isso, o papel do governo na economia nacional ficou associado com a apropriação, pelo Estado, da responsabilidade de garantir a seus cidadãos um certo grau de bem-estar econômico. O welfare state (estado protetor) nasceu da Grande Depressão, que criou uma necessidade popular de intervencionismo estatal na economia, e das contribuições teóricas da escola econômica
Keynesiana, que defendia a necessidade de intervenção estatal a fim de manter níveis adequados de emprego.
Em âmbito internacional, essas idéias também surgiram da experiência dos
anos 30. A prioridade dos objetivos nacionais, a ação independente nacional no período entre-guerras e o fracasso em perceber que esses objetivos nacionais não poderiam ser atingidos sem uma certa forma de colaboração internacional resultaram em políticas de estilo "empobrece teu vizinho" como alta tarificação e desvalorizações competitivas, que contribuíram para a queda da economia, instabilidade política doméstica e guerra internacional. A lição foi, como explica Harry Dexter White, adepto do New Deal e principal arquiteto do sistema Bretton Woods:
a falta de um alto grau de colaboração econômica entre as nações industrializadas... resultará, inevitavelmente, em guerra econômica que será o prelúdio e instigador de guerra militar em uma escala ainda maior.
[3]
Para garantir a estabilidade econômica e a paz política, os Estados concordaram em cooperar para regular o sistema econômico internacional. O pilar da visão estadunidense do mundo pós-guerra era o comércio livre. Liberdade de comércio implicava tarifas baixas e, entre outras coisas, uma balança comercial favorável ao sistema capitalista.
Assim, as economias de mercado mais desenvolvidas aceitaram a visão dos Estados Unidos de gerenciamento econômico internacional do pós-guerra, que foi concebido para criar e manter um sistema monetário internacional efetivo e encorajar a redução de barreiras ao comércio e ao fluxo de capital.

O SURGIMENTO DA HEGEMONIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
O gerenciamento econômico internacional baseava-se na potência dominante para dirigir o sistema. A concentração de poder facilitou o gerenciamento na medida em que reduziu o número de atores cujo acordo era necessário para o estabelecimento de regras, instituições e procedimentos e para levar a cabo o gerenciamento dentro dos sistemas em acordo. Esse líder foi os Estados Unidos da América. Como a potência com a economia e política mais avançadas do mundo, os EUA estavam claramente em uma posição ideal para assumir essa liderança.
Os EUA emergiram da Segunda Guerra Mundial como a mais forte economia do mundo, vivendo um rápido crescimento industrial e uma forte acumulação de capital.
Os EUA não haviam sofrido as destruições da Segunda Guerra Mundial, tinham construído uma indústria manufatureira poderosa e enriqueceram vendendo armas e emprestando dinheiro aos outros combatentes; na verdade, a produção industrial dos EUA em
1945 foi mais do que o dobro da produção anual dos anos entre 1935 e 1939. Em comparação, a Europa e o Japão estavam dizimados militar e economicamente.
Quando a Conferência de Bretton Woods aconteceu, as vantagens econômicas dos Estados Unidos eram indiscutíveis e esmagadoras. Os EUA tinham a maioria dos investimentos mundiais, da produção manufaturada e das exportações. Em 1945, os EUA produziam a metade de todo o
carvão mundial, dois-terços do petróleo e mais do que a metade da eletricidade. Os EUA eram capazes de produzir imensas quantidades de navios, aviões, automóveis, armamentos, máquinas, produtos químicos, etc. Reforçando a vantagem inicial—e assegurando a liderança dos EUA no mundo capitalista—os EUA detinham 80% das reservas mundiais de ouro e tinham não somente poderosas Forças Armadas, mas também a bomba atômica.
Na condição de maior potência mundial e uma das poucas nações não afetadas pela guerra, os EUA estavam em posição de ganhar mais do que qualquer outro país com a liberação do comércio mundial. Os EUA teriam com isso um mercado mundial para suas exportações, e teriam acesso irrestrito a matérias-primas vitais.
Os EUA não eram somente capazes de, mas também queriam, assumir essa liderança. Apesar de os EUA terem mais ouro, mais capacidade produtora e mais poder militar do que todo o resto do mundo junto, o capitalismo dos EUA não poderia sobreviver sem mercados e aliados.
William Clayton, o Secretário de Estado assistente para Assuntos Econômicos, foi uma das várias personalidades influentes na política estado-unidense que colocaram em evidência esse ponto: "Precisamos de mercados—grandes mercados—por todo o mundo, onde poderemos comprar e vender."
Houve várias previsões de que a paz traria de volta a depressão e o desemprego devido ao término da produção bélica e ao retorno dos soldados ao mercado de trabalho. Entre as dificuldades econômicas estava um aumento abrupto da inquietude trabalhista. Determinado a evitar uma catástrofe econômica equivalente à da década de 1930, o presidente
Franklin D. Roosevelt viu a criação de uma ordem pós-guerra como uma maneira de garantir a prosperidade dos EUA.

A CARTA DO ATLÂNTICO
Durante a guerra, os Estados Unidos da América imaginaram uma ordem econômica mundial pós-guerra na qual os EUA pudessem penetrar em mercados que estivessem previamente fechados a outros blocos, bem como abrir novas oportunidades a investimentos estrangeiros para as empresas estado-unidenses, removendo restrições de fluxo de capital internacional.
A
Carta do Atlântico, esboçada em agosto de 1941 durante o encontro do presidente Roosevelt com o primeiro-ministro britânico Winston Churchill em um navio no Atlântico norte, foi o mais notável precursor à Conferência de Bretton Woods. Assim como Woodrow Wilson antes dele, cujos "Quatorze pontos" (Fourteen Points) delinearam os objetivos dos Estados Unidos para o pós-guerra da Primeira Guerra Mundial, Roosevelt lançou uma série de objetivos ambiciosos para o mundo pós-guerra antes mesmo de os EUA entrarem na Segunda Guerra Mundial. A carta do Atlântico afirmou o direito de todas as nações a igual acesso ao comércio e à matéria-prima. Além disso, a carta apelou pela liberdade dos mares (um objetivo principal da política estrangeira estado-unidense desde que a França e o Reino Unido ameaçaram navios estado-unidenses nos anos 1790), o desarmamento dos agressores e o "estabelecimento de um amplo e permanente sistema de segurança geral."
Quando a guerra aproximava-se do fim, a Conferência de Bretton Woods foi o ápice de dois anos e meio de planejamento da reconstrução pós-guerra pelos Tesouros dos EUA e Reino Unido. Representantes estado-unidenses estudaram com os colegas britânicos a reconstituição do que tinha estado faltando entre as duas guerras mundiais: um sistema internacional de pagamentos que permitisse que o comércio fosse efetuado sem o medo de desvalorizações monetárias repentinas ou flutuações selvagens das taxas de câmbio — problemas que praticamente paralisaram o capitalismo mundial durante a Grande Depressão.
Na ausência de um mercado europeu forte para os bens e serviços estado-unidenses, pensava a maior parte dos políticos, a economia dos EUA seria incapaz de sustentar a prosperidade que ela alcançara durante a guerra. Além disso, os
sindicatos de trabalhadores tinham aceitado a contragosto as restrições impostas pelo governo aos seus pedidos durante a guerra, e eles não queriam esperar mais tempo por mudanças, principalmente depois que a inflação afetara as escalas de salários de maneira violenta (no final de 1945, já havia acontecido greves importantes nas indústrias de automóvel, eletricidade e aço).
Financiador e conselheiro autoindicado de presidentes e congressistas,
Bernard Baruch resumiu o espírito de Bretton Wood no início de 1945: se pudermos "eliminar o subsídio ao trabalho e à competição acirrada nos mercados exportadores," bem como prevenir a reconstrução de máquinas de guerra, "oh boy, oh boy, que prosperidade a longo termo nós teremos."[4] Assim, os Estados Unidos vão usar sua posição predominante para restaurar uma economia mundial aberta, unificada sob controle dos EUA, que deu aos EUA acesso ilimitado a mercados e matéria-prima.

PADRÃO - OURO

Padrão-ouro

O padrão-ouro foi o sistema monetário cuja primeira fase vigorou desde o século XIX até a Primeira Guerra Mundial. A teoria pioneira do padrão-ouro, chamada de teoria quantitativa da moeda, foi elaborada por David Hume em 1752, sob o nome de “modelo de fluxo de moedas metálicas” e destacava as relações entre moeda e níveis de preço (base de fenômenos da inflação e deflação).
Cada banco era obrigado a converter as notas bancárias por ele emitida em ouro (ou prata), sempre que solicitado pelo cliente. A introdução de notas bancárias sem esse lastro, causou escândalos na
França. Com o padrão-ouro, utilizado principalmente pela Inglaterra, o sistema conseguiu estabilidade e permaneceu até o término da I Guerra Mundial. No Brasil e outros paises periféricos, o sistema não foi adotado por se achar que a presença desses países e seus problemas de financiamento, desestabilizariam o sistema. Dessa forma, a circulação de papéis-moeda foi feita pelo chamado sistema de "curso forçado".
Durante a
Primeira Guerra Mundial, a maioria dos países abandonou o padrão-ouro, principalmente devido às expansões monetárias e fiscais realizadas por eles durante a guerra, as quais desequilibraram enormemente o comércio internacional.
Em uma segunda fase, o sistema consistia, basicamente, na adoção, por parte das instituições financeiras de cada país que aderisse ao arranjo, de um preço fixo de sua moeda em relação ao ouro, e da conversabilidade ouro ao dólar. Desse modo, as autoridades deveriam exigir dos bancos e demais instituições monetárias que negociassem seus passivos respeitando esse preço fixo em relação ao ouro, como forma de estabilizar a
economia.
Em termos internacionais, o padrão-ouro significou a adoção de um regime cambial fixo por parte de praticamente todos os grandes países comerciais de sua época. Cada país se comprometeu em fixar o valor de sua moeda em relação a uma quantidade específica de ouro, e a realizar políticas monetárias, de compra e venda de ouro, de modo a preservar tal paridade definida.
Operando no regime de padrão-ouro, o banco central de cada país mantém grande parte de seus ativos de reserva internacional sob a forma de ouro. As diferenças entre as reservas de ouro sob a propriedade de cada país refletia, portanto, as suas necessidades comerciais. Pois, nesse padrão, os fluxos de ouro financiavam os desequilíbrios nas balanças de pagamentos de cada país. Se um país fosse deficitário em sua
balança de pagamentos, isto é, se a soma de bens e serviços importados do exterior fosse superior à soma de bens e serviços exportados ao mesmo, o país deveria corrigir o déficit exportando ouro. Os países superavitários, por sua vez, tornavam-se importadores de ouro.
As “regras do jogo” prevalecentes no sistema de padrão-ouro eram simples: a quantidade de reservas de ouro do país determinava, portanto, a sua oferta monetária. Se um país fosse superavitário em sua
balança de pagamentos, deveria importar ouro dos países deficitários. Isso elevaria sua oferta interna de moeda, levando a uma expansão da base monetária, o que provocaria um aumento de preços que, no final das contas, tiraria competitividade de seus produtos nos mercados internacionais, freando assim, novos superávits. Já se o país fosse deficitário na balança comercial, exportaria ouro, sofreria contração monetária, seus preços internos baixariam e, no final das contas, aumentaria a competitividade de seus produtos no exterior.
Em resumo, o padrão-ouro visava uma situação de equilíbrio na
economia internacional de modo que cada país mantivesse uma base monetária consistente com a paridade cambial, mantendo assim uma balança comercial equilibrada.
A segunda fase do padrão-ouro, que se baseava no acordo de
Bretton Woods, terminou quando os EUA abandonaram o acordado no início dos anos 70, por causa das necessidades de financiamento crescentes causadas pela Guerra do Vietnã. Nesse período o padrão-ouro também não pode ser seguido pelo Brasil e outros países similares, que adotaram formas de cunho forçado e alternativas como crawling peg, etc.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

ADAM SMITH



ADAM SMITH

É o pai da economia moderna e é considerado o mais importante teórico do Liberalismo Econômico. Autor de “Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das Nações”, a sua obra mais conhecida e que continua a ser uma obra de referencia para. gerações de economistas, procurou demonstrar que a riqueza das nações resultava da atuação de indivíduos que, movidos apenas pelo seu próprio interesse egoísta, promoviam o crescimento econômico e a inovação tecnológica. Adam Smith acreditava que a iniciativa privada deveria deixar-se agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção governamental. A livre competição entre os diversos fornecedores levaria forçosamente não só à queda do preço das mercadorias, mas também a constantes inovações tecnológicas. Adam Smith analisou a divisão do trabalho como um fator evolucionário poderoso a propulsionar a economia. A idéia central de Adam Smith em A Riqueza das Nações é de que o mercado, aparentemente caótico, na verdade é organizado e produz as espécies e quantidades de bens que são mais desejados pela população. Um mercado livre produzirá bens na quantidade e no preço que a sociedade espera. Isto acontece porque a sociedade, na procura de lucros, irá responder às exigências do mercado. Adam Smith ainda escreve: “cada individuo procura apenas seu próprio ganho”. Porém, é como se fosse levado por uma mão invisível para produzir um resultado que não fazia parte da sua intenção… Perseguindo seus próprios interesses, frequentemente promove os interesses da própria sociedade, com mais eficiência do que se realmente tivesse a intenção de fazê-lo”. Adam Smith explica que a “mão invisível” não funcionaria adequadamente se existissem impedimentos ao livre comércio. Ele era, portanto, um forte oponente aos altos impostos e às intervenções do governo, que afirmava resultar numa economia menos eficiente, e assim fazendo gerar menos riqueza. Contudo, Adam Smith reconhecia que algumas restrições do governo sobre a economia são necessárias. Este conceito de “mão invisível” foi baseado numa expressão francesa, “laissez faire”, que significa que o governo deveria deixar o mercado e os indivíduos livres para lidar com os seus próprios assuntos.
Adam Smith, o famoso economista e filósofo escocês, nascido numa pequena cidade portuária na margem norte da enseada de Firth of Forth no mar do Norte, próxima a Edimburgo. Embora desconhecida a data do seu nascimento foi batizado a 5 de Junho de 1723 em Kirkcaldy. Filho de outro Adam Smith e da sua segunda mulher Margarete Douglas. Seu pai era fiscal da alfândega e sua mãe era filha de um bem aquinhoado proprietário de terras. Em sua época o Reino Unido (Inglaterra unida à Escócia desde 1707) vivia o período de grande atividade marítima que antecedeu a Revolução Industrial. Com a idade de 15 anos, Smith iniciou os estudos na Universidade de Glasgow, estudando filosofia moral com o "inesquecível" (como lhe chamou) Francis Hutcheson. Em 1740 entrou para o Balliol College da Universidade de Oxford, mas como disse William Robert Scott, "o Oxford deste tempo deu-lhe pouca ajuda (se é que a deu) para o que viria a ser a sua obra" e acabou por abdicar da sua bolsa em 1746. Em 1748 começou a dar aulas em Edimburgo sob o patronato de Lord Kames. Algumas destas aulas eram de retórica e de literatura, mas mais tarde dedicou-se à cadeira de "progresso da opulência", e foi então, em finais dos anos 40, que ele expôs pela primeira vez a filosofia econômica do "sistema simples e óbvio da liberdade natural" que ele viria a proclamar no seu Inquérito sobre a natureza e as causas da riqueza das Nações. Por volta de 1750 conheceu o fantástico David Hume, que se tornou num dos seus mais próximos amigos.
Em 1751, Smith foi nomeado professor de lógica na Universidade de Glasgow, passando em 1752 a dar a cadeira de filosofia moral. Nas suas aulas, cobria os campos da ética, retórica, jurisprudência e política econômica ou ainda "polícia e rendimento". Em 1759 publicou a sua "Teoria dos sentimentos morais", uma das suas mais conhecidas obras, incorporando algumas das suas aulas de Glasgow. Este trabalho, que
estabeleceu a reputação de Smith durante a sua própria vida, refere-se à explicação da aprovação ou desaprovação moral. A sua capacidade de argumentação, fluência e persuasão, mesmo que através de uso da retórica estão ali bem patenteados. Ele baseia a sua explicação, não como o terceiro Lord Shaftesbury e Hutcheson tinham feito, num "sentido moral", nem (como David Hume) com base num decisivo sentido de utilidade, mas sim na simpatia. Tem havido uma controvérsia considerável quanto a saber se há ou não uma contradição ou contraste entre a ênfase de Smith na simpatia como motivação humana fundamental
em "sentimentos morais", e o papel essencial do auto-interesse na "Riqueza das Nações". Este parece colocar mais ênfase na harmonia geral dos motivos e atividades humanas sob uma providência benigna no primeiro livro, enquanto que no segundo livro, apesar do tema geral da "mão invisível" promovendo a harmonia de interesses, Smith encontra mais ocasiões para apontar causas de conflitos e o egoísmo estreito da motivação humana.
Smith começava agora a dar mais atenção à jurisprudência e à economia nas suas aulas, e menos às suas teorias de moral. Esta idéia é reforçada pelas notas tomadas por um dos seus alunos em cerca de 1763, mais tarde editadas por Edwin Cannan aulas de justiça, polícia, rendimento e armas, 1896 e pelo que Scott, que o descobriu e publicou, descreve em "Um esboço inicial de parte da Riqueza das Nações" ("An early draft of part of the Wealth of Nations"), datado de 1763.
No final de 1763, Smith obteve um posto bem remunerado como tutor do jovem duque de Buccleuch e deixou o cargo de professor.
De 1764 a 1766 viajou com o seu aluno, sobretudo em França, onde veio a conhecer líderes intelectuais como Turgot, d’Alembert, André Morellet, Helvétius e, em particular, François Quesnay, o principal nome na escola fisiocrática da economia, cuja obra, ele respeitava muito. Depois de regressar a casa para Kirkcaldy, dedicou muito do seu tempo nos 10 anos seguintes à sua magnum opus, que surgiu em 1776.
Em 1778 recebeu um posto confortável como comissário da alfândega da Escócia e foi viver com a sua mãe em Edimburgo. Faleceu aí, a 17 de Julho de 1790, depois de uma doença dolorosa. Tinha aparentemente dedicado uma parte considerável dos seus rendimentos a Numerosos atos secretos de caridade.

DAVID RICARDO




DAVID RICARDO

Nasceu em Londres a 18 de Abril de 1772. Era o terceiro de 17 filhos de uma família holandesa de classe média, descendentes de judeus expulsos de Portugal. Pouco tempo antes de David nascer, o seu pai migrou da Holanda para Inglaterra onde negociou na Bolsa de Valores e foi bem sucedido. David viveu durante alguns anos na Holanda com outros elementos da família, onde completou parte da sua instrução primária. David Ricardo entrou para a bolsa inglesa, demonstrou grande aptidão, tornando-se mais tarde um corretor bem sucedido. Aos 21 anos converteu-se ao protestantismo unitarista e casou-se com uma jovem quacre originando desentendimentos familiares. Prosseguiu suas atividades na bolsa e em poucos anos ficou rico o bastante para se dedicar aos estudos, especialmente a matemática, química e geologia e adquiriu uma propriedade rural. Em 1799, após ter lido a Riqueza das nações de Adam Smith passou a interessar-se por questões de economia. Entre 1809 e 1815 publicou alguns panfletos sobre a questão do preço do ouro, protecionismo na agricultura e os seus efeitos sobre os preços agrícolas, os lucros do capital e o crescimento econômico. A partir de então dedicou-se a escrever um tratado teórico geral sobre a economia, os Princípios, tendo sido publicado em 1817, constituindo-se assim um marco teórico decisivo para o desenvolvimento da economia política clássica. Em 1815, David Ricardo já era considerado o economista mais importante de toda a Grã-Bretanha, graças ao seu conhecimento prático sobre o funcionamento do sistema capitalista. Foi muito influente na polemica discussão sobre a questão das corn laws, isto é, da importação de trigo estrangeiro pela Inglaterra. David Ricardo, como eterno defensor do livre comércio internacional, era a favor da importação. Foram várias as divergências com economistas mais conservadores, como Malthus, os quais temiam ver o sustento dos trabalhadores britânicos sob o poder de países estrangeiros, potenciais inimigos. Neste mesmo ano, David Ricardo publicou toda a sua tese liberal em “Ensaio sobre a Influência do Baixo Preço do Cereal sobre o Lucro do Capital”. Em 1817 publicou a sua grande obra “Princípios de Economia Política e Tributação”. Este livro consagrou Ricardo como o grande nome da Economia Política Clássica, junto com Adam Smith, dominando a economia não apenas de Inglaterra, mas de todo o mundo ocidental por muitas décadas, até o aparecimento do marxismo e do marginalismo (os quais foram muito influenciados pela obra de David Ricardo). Ricardo também se envolveu em questões políticas, tendo sido representante do distrito irlandês de Portalington na Câmara dos Comuns do Parlamento do Reino Unido. Ali defendeu um conjunto de posições liberais tanto em matérias políticas (o voto secreto, o sufrágio universal) como em temas econômicos (a liberdade de comércio). Morreu prematuramente a 11 de Setembro de 1823, tendo deixado incompleta uma obra em que trabalhava. As suas obras atingiram vastas áreas da economia, tais como: política monetária, teoria dos lucros, teoria da renda fundiária e da distribuição, teoria do valor e do comércio internacional, sendo que muitas destes temas permanecem atuais nos dias de hoje.

TEORIAS DE DAVID RICARDO
Como conseqüência do avanço técnico verificado na época, após a Primeira Revolução Industrial em que a introdução de máquinas provocou alterações nos processos produtivos e modificações radicais a nível de relacionamento social em virtude da transformação do artesão em proletário, verificou-se uma mudança radical na relação entre o meio urbano e o meio rural inglês. Este ciclo econômico ocasionava, de tempos em tempos, as crises no comércio, reduzindo o lucro dos empresários que como conseqüência gerava desemprego, piorando cada vez mais a situação das massas urbanas. Logicamente toda esta situação levou a grande agitação por parte dos trabalhadores. Estes encontravam-se perante uma situação de miséria, o que fez com que na época aumentasse a taxa de mortalidade. Segundo Ricardo, a aplicação conjunta de trabalho, maquinaria e capital no processo produtivo gera um produto, este divide-se pelas três classes da sociedade: propriedades de terra (sob a forma de renda da terra), trabalhadores assalariados (sob a forma de salários) e os arrendatários capitalistas (sob a forma de lucros de capital). O papel da ciência econômica seria determinar as leis naturais que orientassem essa distribuição. Para David Ricardo o equilíbrio poderia ser alcançado com a aplicação das suas teorias.

TEORIA DO VALOR – TRABALHO
Enquanto que para Adam Smith o valor das mercadorias era determinado pela quantidade de trabalho que essas mercadorias poderiam comprar, designando-se por teoria do valor trabalho comandado, para David Ricardo o valor da troca das mercadorias era determinado pela quantidade de trabalho necessário à sua produção, não dependia da abundância, mas sim do maior ou menor grau de dificuldade na sua produção ficando, assim, conhecida por teoria do valor do trabalho incorporado. Os preços das mercadorias são, então, proporcionais ao trabalho nelas incorporado. Para David Ricardo a teoria dos preços não é mais do que uma teoria de preços relativos, ou simplesmente de razões de troca entre diferentes mercadorias. David Ricardo considerava como fontes do valor de troca a escassez e a quantidade de trabalho. A escassez explica o valor de troca das mercadorias não reprodutíveis, enquanto que a quantidade de trabalho explica o valor de troca de mercadorias reprodutíveis. Para Ricardo a economia deveria preocupar-se com as mercadorias reprodutíveis, por serem estas a esmagadora maioria das mercadorias que se trocam em economia, em virtude deste pensamento a escassez deixa de ser importante para a economia.

TEORIA DA DISTRIBUIÇÃO/TEORIA DA RENDA
Como se determina a prestação a pagar ao proprietário fundiário pela disponibilidade do uso da terra? Esta é a principal questão a colocar-se relativamente à renda “diferencial” (aquela que resulta da diferente fertilidade das terras e da concorrência dos empresários para a sua exploração). A questão colocada anteriormente encontra-se relacionada com outra que é a seguinte: Qual é o papel da renda fundiária na economia? A resposta a esta última questão permite uma melhor compreensão dos mecanismos econômicos da sociedade capitalista. Ao analisar estas duas questões, David Ricardo apresentou um modelo de repartição de rendimentos com implicações importantes sobre o crescimento econômico e política econômica. Foram três as hipóteses consideradas por David Ricardo para a elaboração do seu modelo de repartição de rendimentos:
• A lei dos rendimentos decrescentes reflete que para conseguir quantidades adicionais iguais de um bem, a sociedade tem de utilizar quantidades crescentes de fatores. Se existirem rendimentos decrescentes na produção de um bem, o custo de oportunidade de produzir unidades sucessivas do mesmo bem é cada vez maior.
• A lei malthusiana da população. A população cresce ou diminui de acordo com a disponibilidade de alimentos. Dessa forma, os salários tendem a permanecer no nível de subsistência, sempre que eles se afastam desse nível, verifica-se a lei do crescimento demográfico, aumentando ou diminuindo a oferta de trabalhadores.
• O móbil do crescimento do produto e, assim, dos investimentos, encontra-se no lucro, mais propriamente no lucro por unidade de capital investido. Para David Ricardo a seqüência e correlação destas três hipóteses ocasionou o aparecimento do estado estacionário, em que a produção na economia deixa de crescer. Ou seja, a pressão demográfica leva à utilização de mais terras, sendo as mais férteis as, inicialmente, mais cultivadas pelos empresários, o que leva a que, estas se tornem cada vez menos férteis, com conseqüência de tal fato, a taxa de lucro torna-se cada vez menor e a renda cada vez mais elevada. Assim, cultivando novas terras (menos férteis), tem que se aumentar a quantidade de trabalho para se produzir os mesmos bens, aumentando assim o seu valor e consequentemente o salário natural também. Os proprietários das melhores terras, vendem os produtos a um preço superior ao seu custo de produção, constituindo a diferença, a renda diferencial. Perante tal situação, David Ricardo combate todo este pessimismo com a sua idéia de liberdade de comércio. A importação levaria a que os empresários não fossem obrigados a utilizar terras menos produtivas, e deste modo a um aumento de renda e redução da taxa de lucro. Desta forma a taxa de lucro não desceria e o estado estacionário poderia ser evitado. Note-se que esta liberdade de comércio não conviria aos proprietários fundiários que veriam os seus rendimentos reduzirem-se.

TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Esta teoria de David Ricardo informa-nos das vantagens do comércio entre as nações. Na sua época, este economista participou ativamente numa polemica sobre se a Inglaterra deveria praticar o livre-cambismo, liberdade de trocas internacionais com sete eliminações de direitos alfandegários protetores, ou protecionismo, com a supressão de impostos sobre importações e com a exclusão de entraves administrativos à liberdade de comércio entre as nações. David Ricardo, pelo que anteriormente já foi exposto, foi um defensor dos empresários e um importante defensor do livre-cambismo. 2.3.1 Princípio da vantagem comparativa e a sua análise segundo David Ricardo. Ricardo foi o primeiro economista a argumentar que o comércio internacional poderia beneficiar dois países, mesmo que um deles produzisse todos os produtos de forma mais eficiente, um país não precisa de ter uma vantagem absoluta na produção de um determinado produto. Pois dois países poderiam beneficiar do comércio mútuo se cada um tivesse uma vantagem comparativa na produção de qualquer produto. David Ricardo explica a sua teoria usando um exemplo envolvendo Portugal e Inglaterra e apenas dois bens, vinho e roupa, decidiu medir todos os custos relativos de produção, expressos em horas de trabalho.
A partir deste estudo, Ricardo provou que cada país seria beneficiado caso se especializassem no produto onde detém maior vantagem comparativa, o produto total global de cada bem aumenta, melhorando a situação de todos os países envolvidos nas trocas internacionais, pois menores seriam os custos de produção, os salários de subsistência dos trabalhadores e em conseqüência os lucros seriam os maiores possíveis.


SITES CONSULTADOS

http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Ricardo

http://www.vestibular1.com.br/revisao/teorias_economicas.doc
http://www.unisinos.br/ihu/uploads/publicacoes/edicoes/1158330491.25pdf.pdf
http://cogitoergosun.no.sapo.pt/ecopol2sem.pdf