terça-feira, 7 de julho de 2009

ESCOLA KEYNESIANA

Escola keynesiana
A escola de pensamento econômico keynesiana tem suas origens no livro escrito por
John M. Keynes chamado "Teoria Geral do Emprego, Juros e Moeda" [1] . Rápidamente
muitos ecomonistas aderiram a esta escola, o que foi chamado de revolução keynesiana.
A escola keynesiana se fundamenta no princípio de que o ciclo econômico não é
auto-regulador como pensavam os neoclássicos, uma vez que é determinado pelo "espírito
animal" dos empresários. É por esse motivo, e pela ineficiência do sistema capitalista em
empregar todos que querem trabalhar que Keynes defende a intervenção do Estado na
economia.
Teoria Keynesiana
A teoria de Keynes é baseada no principio de que os consumidores aplicam as proporções
de seus gastos em bens e poupança, em função da renda. Quanto maior a renda, maior a
percentagem da renda poupada. Assim se a renda agregada aumenta, em função do
aumento do emprego, a taxa de poupança aumenta simultaneamente. E como a taxa de
acumulação de capital aumenta, a produtividade marginal do capital se reduz, e o
investimento é reduzido já que a lucratividade é proporcional a produtividade marginal do
capital. Então ocorre um excesso de poupança, em relação ao investimento, o que faz com
que a demanda efectiva fique abaixo da oferta e assim o emprego se reduza para um ponto
de equilíbrio onde a poupança e o investimento fiquem iguaís. Como esse equilíbrio pode
significar a ocorrência de desemprego involuntário em economias avançadas (onde a
quantidade de capital acumulado seja grande e sua produtividade seja pequena), Keynes
defendeu a tese de que o Estado deveria intervir na fase recessiva dos ciclos econômicos
com sua capacidade de imprimir moeda para aumentar a demanda efectiva através de
déficits do orçamento do Estado e assim manter o pleno emprego. É importante lembrar
que Keynes nunca defendeu o carregamento de déficits de um ciclo econômico para outro,
nem muito menos operar orçamentos deficitários na fase expansiva dos ciclos.
Deve se notar que, para o estado aumentar a demanda efectiva, ele deve gastar mais do
que arrecada, porque a arrecadação de impostos reduz a demanda efectiva, enquanto que
os gastos aumentam a demanda efectiva.
O ciclo de negócios segundo Keynes ocorre porque os empresários têm "impulsos animais"
psicológicos que os impedem de investir a poupança dos consumidores, o que gera
desemprego e reduz a demanda efectiva novamente, e por sua vez causa uma crise
econômica. A crise, para terminar, deve ter uma intervenção estatal que aumente a
demanda efectiva através do aumento dos gastos públicos.
Escola keynesiana 2
O papel do Estado na economia, segundo Keynes
A mais importante Agenda do Estado não está relacionada às atividades que os
indivíduos particularmente já realizam, mas às funções que estão fora do âmbito
individual, àquelas decisões que ninguém adota se o Estado não o faz.
Para o governo, o mais importante não é fazer coisas que os indivíduos já estão
fazendo, e fazê-las um pouco melhor ou um pouco pior, mas fazer aquelas coisas
que atualmente deixam de ser feitas. (John Maynard Keynes, The end of
laissez-faire) [2]
A escolha não deve ser se o estado deve ou não estar envolvido (na economia),
mas como ele se envolve. Assim, a questão central não deve ser o tamanho do
estado mas as atividades e métodos do governo. Países com economias
bem-sucedidas têm governos que estão envolvidos em um amplo espectro de
atividades. (Joseph Stiglitz, More instruments and broader goals...) [3]
Estas duas citações,Stiglitz, que é considerado por muitos um neo-keneysiano, servem para
desmistificar muitas das críticas feitas por políticos neoliberais aos ensinamentos de
Keynes.
Keynes nunca defendeu a estatitização da economia, nos moldes em que foi feita na União
Soviética. O que Keynes defendia, na década de 1930, e que hoje Stiglitz e os
novos-desenvolvimentistas defendem é uma participação ativa de um Estado enérgico nos
segmentos da economia que, embora necessários para o bom desenvolvimento de um país,
não interessam ou não podem ser atendidos pela inciativa privada.
Não se trata promover uma competição entre o Estado e o mercado, mas sim de obter uma
adequada complementação ao mercado, que agindo sozinho não é capaz de resolver todos
os problemas, conforme demonstraram Grenwald e Stiglitz [4] (1986), em busca de uma
maior eficiência geral da Economia.
Não constitui uma dedução correta dos princípios da Economia que o
auto-interesse esclarecido sempre atua a favor do interesse público.
A aguda intuição de Keynes, que o levou a recomendar a intervenção do estado na
economia, vêm encontrando cada vez mais respaldo nas recentes descobertas da economia
da informação, como demonstra o teorema de Greenwald-Stiglitz:
O efeito da influência de Stiglitz é tornar a Economia mais presumivelmente
intervencionista do que Samuelson propunha. Samuelson considerava as falhas de
mercado como "exceções" à regra geral dos mercados eficientes. Mas os
teoremas de Greenwald-Stiglitz postulam ser as falhas de mercado a "norma", e
estabelecem que "os governos quase sempre podem potencialmente melhorar a
eficiência da alocação de recursos em relação ao livre mercado." E o teorema de
Sappington-Stiglitz "estabelece que um governo 'ideal' poderia atingir um maior
nível de eficiência administrando diretamente uma empresa estatal do que
privatizando-a." [5] (Stiglitz 1994, 179) [6] .
Escola keynesiana 3
Desenvolvimento das teorias keynesianas
Inspirados na obra de Keynes inúmeros economistas desenvolveram, aperfeiçoaram e
modernizaram a teoria keynesiana. Dentre eles vários foram galerdeados com Prêmios de
Ciências Econômicas.
Destacam-se:
• Amartya Sen
• Franco Modigliani
• James Tobin
• Joseph E. Stiglitz
• Paul Samuelson
• Robert Solow
• Wassily Leontief
Origens do novo desenvolvimentismo
O novo-desenvolvimentismo surge da visão de Keynes, adaptada aos tempos atuais por
economistas keynesianos contemporâneos como Paul Davidson e Joseph Stiglitz, que vêem
o Estado como sendo um complemento do mercado, e da visão cepalina neo-estruturalista
que considera que a tardia industrialização latino-americana não foi capaz de resolver os
problemas de desigualdades sociais na América Latina, e propõe uma estratégia de
transformação produtiva com eqüidade social, que leve a um crescimento econômico
sustentável, com uma melhor distribuição de renda. [7]
Citações sobre Keynes
"É incrível o que Keynes pensou. Ele foi muito mais do que um economista. O que
ele escreveu é muito mais relevante para a Economia do que tudo que fizeram
depois (Antônio Delfim Netto) [8]
"Keynes por si só era um gênio multi-facetado que tornou-se proeminente no
mundo da matemática, filosofia e literatura. Além disso, ele encontrava tempo
para administrar um grande companhia de seguros, para ser Conselheiro do
Tesouro Britânico, para ajudar a dirigir o Banco da Inglaterra, para editar um
mundialmente famoso jornal de Economia e para patrocinar espetáculos teatrais e
de ballet. Ele também era um Economista que sabia ganhar dinheiro tanto para si
como para sua faculdade, o King's College de Cambridge." [9] (Paul A. Samuelson)
Keynes é ainda mais importante agora do que o foi há 50 anos. Não sei se os
economistas, em geral, se tornarão keynesianos de novo, mas passei a levar muito
a sério as questões de tipo keynesiano, se assim se pode dizer. É claro que Lord
Keynes não era uma profeta sagrado. Ele pode ter colocado as perguntas certas,
mas cabe a você, sempre, ter de encontrar as suas próprias respostas. (Paul
Krugman) [10]
Escola keynesiana 4
Ver também
• Amartya Sen
Bibliografia
Online
Em português
• ALDRIGHI, Dante Mendes. Uma avaliação das contribuições de Stiglitz à teoria dos
mercados financeiros. Rev. Econ. Polit. vol.26 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2006 ISSN
0101-3157 [11]
• CARQUEJA, Hernâni O. O Conceito de Riqueza na Análise Económica - Apontamentos. II
Seminário GRUDIS. Faculdade de Economia da Universidade do Porto, 25/10/2003 [12]
• LASTRES, Helena Maria Martins e FERRAZ, João Carlos. Economia da Informação, do
Conhecimento e do Aprendizado, Capítulo I, in: Informação e globalização na era do
conhecimento, Helena M. M. Lastres, Sarita Albagli (organizadoras). — Rio de Janeiro:
Campus, 1999. [13]
Em inglês
• CROTTY, James. The Effects of Increased Product Market Competition and Changes in
Financial Markets on the Performance of Nonfinancial Corporations in the Neoliberal
Era. Amherst: University of Massachusetts, Department of Economics, October 11, 2002
[14]
• ENGLISH,Simon. IMF admits its policies seldom work New York: Telegraph.co.uk,
11:40pm GMT 19/03/20 [15]
• KEYNES, John Maynard. The end of laissez-faire. Amherst, New York: Prometheus Books,
2004. ISBN 1591022681 [16]
• KEYNES, John Maynard. General Theory of Employment, Interest and Money, The.
London: Macmillan Press; New York: St. Martin's Press; 1936 [17]
• ROTHSCHILD, Michael. Information, The invisible Hand and Google Princeton University
[18]
• STIGLITZ, Joseph E. Prize Lecture: Information and the Change in the Paradigm in
Economics. Joseph E. Stiglitz proferiu sua aula de aceitação do Prêmio Nobel em 8 de dezembro de 2001,
na Aula Magna, Universidade de Estocolmo. Foi apresentado por Lars E.O. Svensson Chairman of the Prize
Committee. [19]
• STIGLITZ, Joseph E. The pact with the devil. Beppe Grillo's Friends interview [20]
• WANG, Shaoguang. The State, Market Economy, and Transition. Department of Political
Science, Yale University [21]
Escola keynesiana 5
Publicações
Em Português
• KEYNES, John Maynard. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (General theory of
employment, interest and money). Tradutor: CRUZ, Mário Ribeiro da. São Paulo: Editora
Atlas, 1992. ISBN 9788522414574
• SICSÚ, João; PAULA, Luiz Fernando; e RENAUT, Michel; organizadores.
Novo-desenvolvimentismo: um projeto nacional de crescimento com eqüidade social.
Barueri:Manole; Rio de Janeiro:Fundação Konrad Adenauer, 2005. ISBN 85-98416-04-5
(Manole)
• STIGLITZ, Joseph E. e GREENWAL,Bruce. Rumo a um Novo Paradigma em Economia
Monetária. Francis, 2004
Em inglês
• GREENWALD, Bruce and STIGLITZ, Joseph E. Externalities in Economies with Imperfect
Information and Incomplete Markets, Quarterly Journal of Economics, no. 90, 1986.
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Referências
[1] KEYNES, John Maynard. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (General theory of employment, interest
and money). Tradutor: CRUZ, Mário Ribeiro da. São Paulo: Editora Atlas, 1992. ISBN 9788522414574
[2] KEYNES, John Maynard. The end of laissez-faire. Amherst, New York: Prometheus Books, 2004. ISBN
1591022681 (http:/ / www. panarchy. org/ keynes/ laissezfaire. 1926. html)
[3] (em inglês) STIGLITZ, Joseph. More Instruments and Broader Goals: Moving Toward the Post-Washington
Consensus. The 1998 WIDER Annual Lecture. Helsinki, Finlândia, 07/1/1998. (http:/ / www. globalpolicy. org/
socecon/ bwi-wto/ stig. htm)
[4] GREENWALD, Bruce and STIGLITZ, Joseph E. 1986 Externalities in Economies with Imperfect Information
and Incomplete Markets, Quarterly Journal of Economics, no. 90.
[5] SAPPINGTON, David E. M. e STIGLITZ, Joseph E. Privatization, Information and Incentives. Columbia
University; National Bureau of Economic Research (NBER) June 1988; NBER Working Paper No. W2196 (http:/
/ elsa. berkeley. edu/ ~yqian/ econ260b/ Sappington Privatization. pdf)
[6] BOETTKE, Peter J. What Went Wrong with Economics?, Critical Review Vol. 11, No. 1, P. 35. p. 58 (http:/ /
www. the-dissident. com/ Boettke_CR. pdf)
[7] SICSÚ, João; PAULA, Luiz Fernando; e RENAUT, Michel. Por que um novo desenvolvimentismo ?. Jornal dos
Economistas no. 186, janeiro de 2005, p. 3-5 (http:/ / www. ie. ufrj. br/ moeda/ pdfs/
novo-desenvolvimentismo_jornal. pdf)
[8] BELLUZZO, Luiz Gonazaga LIRIO, Sérgio. Receita de crescimento - Reflexões de Delfim Netto". Entrevista.
São Paulo: Revista CartaCapital, no. 425, 27/12/2006.
[9] SAMUELSON, Paul A. Economics: An Introductory Analysis. International Student Edition, Tóquio:
McGraw-Hill/Kogakusha Co, Ltd, 6ª edição, p.205
[10] http:/ / www. janelanaweb. com/ crise/ entrevkrug. html
[11] http:/ / www. scielo. br/ scielo. php?pid=S0101-31572006000100008& script=sci_arttext& tlng=en
[12] http:/ / www. infocontab. com. pt/ download/ revInfocontab/ 2006/ 02/ GRUDIS. pdf
[13] http:/ / www. redetec. org. br/ publique/ media/ LivroEra%20do%20conhecimentocap1. pdf
[14] http:/ / pdfdownload. tsone. info/ pdf2html. php?url=http:/ / www. peri. umass. edu/ fileadmin/ pdf/
working_papers/ working_papers_1-50/ WP44. pdf
[15] http:/ / www. telegraph. co. uk/ money/ main. jhtml?xml=/ money/ 2003/ 03/ 20/ cnimf20. xml
[16] http:/ / www. panarchy. org/ keynes/ laissezfaire. 1926. html
[17] http:/ / cepa. newschool. edu/ het/ texts/ keynes/ gtcont. htm
[18] http:/ / www2. gsb. columbia. edu/ faculty/ jstiglitz/ festschrift/ Papers/ Stig-Rothschild. pdf
[19] http:/ / nobelprize. org/ nobel_prizes/ economics/ laureates/ 2001/ stiglitz-lecture. html
[20] http:/ / www. beppegrillo. it/ eng/ 2007/ 01/ stiglitz. html
Escola keynesiana 6
[21] http:/ / www. cuhk. edu. hk/ gpa/ wang_files/ state. pdf
Fontes e editores do artigo 7
Fontes e editores do artigo
Escola keynesiana Source: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=15601052 Contributors: Adailton, Asnático, Der kenner, Erico Koerich,
Fasouzafreitas, Gunnex, Guru2001, HotWikiBR, JoaoMiranda, Manuel Anastácio, MarceloB, Maurício I, Mircezar, OS2Warp, Pietro Roveri, RafaelG,
Ruela, Yone Fernandes, 64 edições anónimas
Fontes, licenças e editores da imagem 8
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